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Junho 2022

Semana Internacional traz ao IPCA várias nacionalidades

Atualidade/Concelho/Educação Por

No âmbito da sua política de internacionalização, o IPCA realiza a primeira edição da Semana Internacional – InWeek, a decorrer no Campus do IPCA entre os dias 27 de junho e 1 de julho de 2022.

Esta semana de capacitação internacional visa oferecer uma experiência de aprendizagem internacional e intercultural enriquecedora bem como a oportunidade de discussão de temas emergentes tanto aos participantes internacionais como à comunidade académica do IPCA. A agenda contempla sessões de grupo interativas, workshops e trabalho em grupo com vista a reforçar a cooperação internacional, encorajando a partilha de conhecimentos, boas práticas e experiências.

A semana inicia com uma sessão de boas-vindas pela Presidente do IPCA, Maria José Fernandes e pela Vice-Presidente para a Internacionalização, Comunicação e Cultura do IPCA, Paula Tavares. Além da apresentação do IPCA, das suas Unidades de Investigação e Desenvolvimento e dos projetos IPCA, os participantes terão um programa rico em saberes e cultura pela cidade de Barcelos.

Este será igualmente um excelente momento para promover a Internacionalização em Casa, proporcionando momentos verdadeiramente internacionais, tais como o Market Place durante o qual os mais de 30 participantes internacionais apresentarão as suas instituições e os seus países à comunidade do IPCA e participantes.

Desta semana destaca-se a diversidade cultural. A InWeek traz a Barcelos participantes da Jordânia, Polónia, França, Itália, Turquia, Alemanha, Eslováquia, Espanha, Finlândia e Argélia.

Barcelos participa na XIV Edição dos Jogos do Eixo Atlântico

Atualidade/Concelho/Desporto Por

Evento reúne maior números de jovens de sempre

O Município da Maia vai ser o anfitrião da XIV Edição dos Jogos do Eixo Atlântico, que decorrem entre os dias 3 e 8 de julho de 2022. O evento foi apresentado esta segunda-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Maia, pelo presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, e pelo Secretário-Geral do Eixo Atlântico, Xoan Vázquez Mao.

Depois do adiamento por um ano por causa da pandemia, estima-se que participem na edição deste ano cerca de 2400 atletas, representativos de 28 concelhos do Norte de Portugal e da Galiza. É o mais elevado número de participantes desde a fundação dos jogos, em 1995, consolidando, desta forma, a marca: “Maia, Cidade do Desporto”.

A edição deste ano vai contar com 28 delegações – 16 portuguesas e 12 espanholas, compostas por jovens, com uma idade máxima de 16 anos, que vão competir em cinco modalidades distintas (andebol, voleibol, basquetebol, futebol de 7, natação e atletismo), incluindo desporto adaptado (natação e atletismo).

Do lado de cá da fronteira, já estão confirmadas delegações da Maia, Matosinhos, Gondomar, Bragança, Famalicão, Vila Nova de Gaia, Vila Real, Peso da Régua, Valongo, Braga, Barcelos, Viana do Castelo, Santa Maria da Feira, Amarante, Guimarães e Póvoa de Varzim.

De Espanha, estão já confirmadas delegações de Lugo, Ourense, Carballo, O Barco de Valdeorras, Pontevedra, Monforte de Lemos, Ponteareas, Vilagarcía de Arousa, A Coruña, Sarria, Santiago de Compostela e Vigo.

“Estamos prontos e preparados para receber os jogos”, começou por dizer o vereador da Juventude e Desporto, Hernâni Ribeiro, que apontou alguns números para mostrar a grandeza da organização que a autarquia tem em mãos: “260 jogos, que vão decorrer em 14 instalações desportivas. Durante os dias do evento vão ser servidas 14500 refeições e fornecidas 2800 dormidas”. Durante os dias do evento, os atletas serão transportados em 13 autocarros.

O Secretário Geral do Eixo Atlântico, Xoan Vázquez Mao salientou o facto de sairmos da pandemia com desporto, “desporto que promove a saúde, o convívio e a economia local”. “Não tenho dúvidas de que vai passar a ser a cidade mais visitada pelos galegos. E quem não vier aos jogos, vai ouvir, com certeza, falar da Maia”.

Também o presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, acredita que esta organização da Maia vai ser um sucesso “pela experiência adquirida”. “Aquilo que eu desejo é que sejam os melhores jogos realizados até hoje. São os últimos, por isso, a ambição é que sejam os melhores de todos e estou convencido que a equipa que está à frente da organização vai atingir esse objetivo”.

Estima-se que a organização dos Jogos do Eixo Atlântico represente um investimento na ordem dos 450 mil euros.

Sobre o Eixo Atlântico

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma associação transfronteiriça integrada por 39 municípios e entidades da Galiza e da Região Norte de Portugal, sendo a sua finalidade principal o desenvolvimento económico, social, cultural, tecnológico e científico das cidades e regiões que o constituem, tendo em conta os seus âmbitos prioritários de atuação, entre os quais se conta a proteção e promoção de todo o tipo de atividades sociais, culturais e desportivas que se identifiquem com as raízes e identidades dos municípios.

Os Jogos do Eixo Atlântico surgiram em 1995 com o objetivo de promover o desporto, o convívio entre os jovens, bem como melhorar o conhecimento entre os cidadãos das duas regiões. Realizam-se de dois em dois anos e constituem um evento desportivo transfronteiriço único na Europa.

A Câmara Municipal da Maia é membro do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular desde 1 de janeiro de 2015. Dentro do programa do Eixo Atlântico, o desporto, que assenta no seu plano estratégico social, é uma área de atuação, cuja diversidade dos programas é grande e constitui uma oportunidade a ser aproveitada para o enriquecimento quer dos técnicos da câmara, quer da própria sociedade civil do Município.

Fonte: MM

Red Alert: a iniciativa dos AM para ajudar os Bombeiros Voluntários de Barcelinhos

Atualidade/Concelho/Desporto Por

Caminhada, trail, passeio de BTT e canoagem. São estas as propostas dos Amigos da Montanha para a manhã do dia 26 de junho, em mais uma edição do Red Alert.

As inscrições têm um valor de cinco euros, verba a reverter na totalidade para os Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, instituição parceira dos Amigos da Montanha ao longo de mais de duas décadas na organização de atividades desportivas, lúdicas e didáticas.

O Red Alert, o Alerta Vermelho, que pretende chamar a atenção para a prática do desporto, e para a importância do convívio e da solidariedade, começou em 2017, tendo-se realizado três anos consecutivos. Foi interrompido devido à pandemia, mas está agora de regresso e promete uma manhã de atividade física e muita animação.

A partida está marcada para as 9h, no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos. Em ambiente descontraído, os participantes poderão optar por uma das atividades propostas: caminhada de 8 km, trail com a extensão de 13 km, passeio de BTT guiado ao longo de 23 km e, ainda, uma descida do rio em canoa, num percurso com 7 km.

No ano em que se celebra o centenário dos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, ajude a ajudar e venha participar em mais uma atividade organizada pelos Amigos da Montanha com o objetivo de promover a prática desportiva, de incentivar hábitos de vida mais saudáveis e, claro, ser solidário.

Aos participantes será oferecida uma t-shirt alusiva à iniciativa, bebida e bifana, no final da atividade.

As inscrições são realizadas em www.amigosdamontanha.com ou na sede dos Amigos da Montanha, em Barcelinhos.

CONHECE AS NOVAS REGRAS DO CONDOMÍNIO? A DECO INFORMA

Atualidade/Concelho/Opinião Por

Já são várias as novidades sobre a administração de condomínio.

Com entrada em vigor a 10 de abril das novas regras, os administradores obtiveram novos poderes, as assembleias de condomínio têm outras normas e para se vender a casa passa a ser obrigatório apresentar uma declaração com os encargos e eventuais dívidas do condomínio (no passado apenas era necessário apresentar a declaração de encargos do condomínio).

Se desejar vender o seu apartamento deverá pedir uma declaração escrita do montante de todos os encargos do condomínio em vigor relativamente à sua fração ao administrador do condomínio, bem como de eventuais dívidas ao condomínio. Este documento deve ser emitido no prazo máximo de dez dias (sucessivos) a partir do momento em que é pedido pelo condómino.

Para além disso, foram introduzidas novidades sobre as despesas de conservação das partes comuns. Segundo a nova lei, são os próprios proprietários os responsáveis por pagar as despesas necessárias à conservação e fruição das partes comuns do condomínio, assim como as contas relativas ao pagamento de serviços de interesse comum (como, por exemplo, despesas com a manutenção de elevadores ou a reparação das fachadas do prédio).

A Associação esclarece que as despesas também deverão ser pagas em conformidade com o valor das frações de cada condómino. Por último, a nova lei permite que os gestores do condomínio possam enviar a convocatória de assembleias de condóminos por correio eletrónico – email. O condómino deverá manifestar a sua vontade para esse efeito em assembleia de condomínio indicando o seu email (que deverá ficar registado em ata).

Com a enorme adesão aos serviços de videoconferência, é agora também possível realizar reuniões de condomínio virtualmente. É essencial não descurar a garantia de acesso a todos os proprietários, devendo para isso ser acauteladas as situações de consumidores que não reúnam as condições necessárias para a assembleia online. Importa esclarecer que no momento de assinatura da ata da reunião, esta pode ser feita por assinatura eletrónica ou por assinatura manuscrita.

Com as recentes alterações, é obrigatória a redação de atas de todas as assembleias de condómino, que deverão indicar a data, local, condóminos presentes e ausentes, um resumo

com os pontos essenciais abordados na reunião e ainda as decisões e deliberações tomadas no decorrer da assembleia.

A DECO – Delegação Regional do Minho, sita na Avenida Batalhão Caçadores 9, Viana do Castelo encontra-se disponível podendo contactar-nos através do 258 821 083 ou por e-mail para deco.minho@deco.pt. Visite o nosso site www.deco.pt

Que se cumpra o desígnio da transição digital!

Atualidade/Opinião/Tecnologia Por
Paulo Silva

Paulo Silva é licenciado em Ciências da Computação pela Universidade do Minho (UM) e convidado a escrever o artigo do mês de Junho no espaço da Intensify World.

Com mais de 10 anos de experiência profissional na área de desenvolvimento de software, atualmente dedica-se integralmente a questões de segurança, nomeadamente segurança aplicacional. É partner na Rittma, emprestando as suas competências em áreas como cibersegurança, transição digital e tecnologias open-source.

Numa altura em que tanto se fala de transição digital por conta dum plano de recuperação e resiliência, talvez tenhamos por fim a oportunidade de corrigir algumas lacunas que persistem desde o tempo em que vivíamos; mas offline.

Muitos de nós transitaram para o digital sem qualquer tipo de instrução, sempre na óptica do utilizador. As interfaces, tanto as físicas (hardware) como as gráficas (software), são pensadas e desenhadas exatamente com esse propósito: de forma a que os utilizadores saibam como interagir com as mesmas utilizando a experiência adquirida nos mais diversos contextos, nomeadamente no mundo real (2ª heurística de Jakob Nielsen).

Um dia, os computadores que estavam nas nossas casas e nos quais dávamos os primeiros passos ficaram interligados numa rede global. As interfaces continuaram as mesmas e nós fomos por aí adiante, navegando: atividade que não nos era estranha e na qual até nos destacámos no passado, mas neste contexto ainda hoje sem consciência dos perigos que enfrentamos.

Somos hoje dos países da Europa com maior número de serviços públicos digitalizados, isto é, com os quais os cidadãos podem interagir através da Internet. Os exemplos são sobejamente conhecidos: desde a entrega anual da declaração de rendimentos (IRS), Segurança Social Direta, marcação de consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS), registo de transferência de propriedade automóvel, etc.

Dentro das organizações a digitalização também já vai avançada. Há muito que o correio eletrónico (e-mail) superou o postal. Começámos com suites de produtividade (Office) instaladas nos computadores e agora o que mais há é delas na nuvem (Google Docs, Office 365). E por falar em nuvem: “é seguro usar a nuvem?”.

Quando em 1989 Sir Tim Berners-Lee apresentou a sua proposta para criação da World Wide Web, estaria longe de pensar que a haveríamos de usar como plataforma de comércio eletrónico, para a entrega anual do IRS ou homebanking. A sua proposta não satisfazia os pressupostos de segurança necessários para este tipo de operações e ao longo dos anos temos vindo a acomodá-los à medida da necessidade, em camadas, sem alterações substanciais à proposta inicial.

No passado e numa réstia de presente, as armas de fogo foram usadas para otimizar a atividade da caça (por alimento) e hoje, infelizmente, perseguem Homens para impor visões do mundo não consensuais. Também a Internet e a World Wide Web podem ser usadas tanto para o bem como para o mal. Tem faltado, na minha opinião, consciencializar os utilizadores que ainda há muito a fazer no que à (ciber-)segurança diz respeito e que por isso o melhor é utilizar, desconfiando.

A questão da cibersegurança não é, no essencial, uma questão tecnológica. Segundo Carlos Cabreiro, responsável pela UNC3T, citado pelo jornal i em 19 de Janeiro de 2022: “89% da cibercriminalidade parte da fragilidade humana”. Embora desconheça como se chegou a este número, abusar da “fragilidade humana”, ou “da condição Humana” como julgo mais correto dizer-se, é o cerne da engenharia social, quer física, em exercícios de intrusão nas instalações de uma empresa, ou digital em ataques de phishing (email), smishing (SMS) ou vishing (chamadas de voz).

Parece ser claro onde devemos atuar: consciencializar e capacitar os indivíduos, não só para os riscos, mas também para os comportamentos seguros que devem adotar. Esta é a primeira e principal barreira de defesa individual e das organizações.

Foi com esta missão que já por mais do que uma vez visitei Barcelos. Numa primeira ocasião para partilhar experiência e conhecimento técnico com jovens estudantes do Instituto Politécnico de Barcelos (IPB) e mais recentemente numa iniciativa da Rittma em parceria com o Município e Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, dirigida ao setor social do concelho.

Para cumprir o desígnio da transição digital é premente falar em (ciber-)segurança, especialmente atendendo aos acontecimentos recentes, amplamente divulgados e comentados, mas não esclarecidos de forma a que se pudesse aprender com o erro. Somos ainda um povo tímido no que toca a aprender com os erros/falhas.

Pese embora exista algum encanto nos aspetos técnicos e no recurso a jargão, a maioria dos utilizadores do computador e da Internet, têm um perfil não-técnico, motivo pelo qual acredito mais no sucesso duma estratégia que mostre aos indivíduos, no seu dia-a-dia, onde e quando tomam decisões com impacto para a sua segurança individual e da organização que representam. Só assim almejo que se cumpra o desígnio: da transição digital, de Portugal.

Por: Paulo Silva

Investimento em criptoativos: moda ou investimento refúgio contra a inflação?

Atualidade/Concelho/Economia Por

De entre os principais riscos associados aos criptoativos destacam-se as grandes flutuações de preço, a ausência de proteção legal ou de direitos de recurso, a baixa liquidez e a complexidade do produto.

Investir em criptoativos e fazê-lo em segurança não será fácil para a maioria dos consumidores.

Face à incerteza no futuro, ao baixo rendimento dos depósitos bancários e falta de confiança no sistema financeiro muitos consumidores refugiram-se em investimentos em criptoativos.

Perante a aparente facilidade em investir e a promessa de rápido retorno, alguns foram lesados, tendo chegado à DECO, desde o ano passado, cada vez mais queixas por terem sido vítimas de fraude com transações em criptomoedas e outros criptoativos, havendo casos de recurso a poupanças de uma vida ou mesmo a crédito, tendo perdido todo o montante investido.

Os criptoativos disponíveis no mercado são as criptomoedas, os NFT e os Token.

As Autoridades de Supervisão Europeia, assim como o Banco de Portugal têm vindo a alertar para os riscos do investimento em criptoativos, que consideram ser altamente especulativo e volátil e não adequado à maioria dos consumidores, quer numa perspetiva de investimento quer mesmo como meio de troca ou pagamento.

Tal prende-se essencialmente com o facto de reconhecerem a possibilidade de perda total do dinheiro investido e de os investidores poderem ser influenciados por publicidade enganosa.

As recomendações vão no sentido de que os consumidores se devem manter vigilantes e não se deixarem seduzir por promessas de retorno altamente lucrativo, rendimento rápido e elevado e muitas vezes bom demais para ser verdadeiro.

Os criptoativos são representações digitais de valores monetários, sustentados em criptografia, só existindo em ambiente virtual e descentralizado e baseados na tecnologia DLT/blockchain.

Depois, é necessário ter em atenção ao armazenamento dos criptoativos, no site ou numa “carteira virtual”, face aos riscos de perda da chave de acesso, de ser alvo de phishing no acesso aos dados da sua conta ou vítima de software malicioso.

Acresce ainda que são investimentos caracterizados pela falta de supervisão e de controlo por parte de uma autoridade.

Se pretender avançar com este tipo de investimento e por questões de segurança, para não cair em armadilhas, deve ter em atenção as “corretoras” que utiliza e procurar o máximo de informação possível para o ajudar a tomar uma decisão fundamentada.

Se tem dúvidas, não se influencie por modas e não se esqueça de uma das regras de ouro do investimento – não invista em produtos que não conhece e não comprometa o capital que investe e que lhe possa fazer falta ou sem ter garantido um Fundo de Emergência para imprevistos.

A DECO – Delegação Regional do Minho, sita na Avenida Batalhão Caçadores 9, Viana do Castelo encontra-se disponível podendo contactar-nos através do 258 821 083 ou por e-mail para deco.minho@deco.pt. Visite o nosso site www.deco.pt

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA : A importância das perturbações de humor

Atualidade/Concelho/Saúde Por

Cada vez mais se reconhecem a importância das Emoções e dos estados de humor no decorrer do desenvolvimento e no crescimento harmonioso das crianças. Sabendo que as perturbações de humor associadas a emoções negativas são altamente prejudiciais para o crescimento e desenvolvimento da criança.

As Perturbações de humor, mais conhecidas por depressões, são geralmente associadas a indivíduos adolescentes ou adultos. E será que as crianças podem sofrer de depressão? Será que os sintomas são os mesmos que se manifestam nos adultos? Como detetar a perturbação e qual o tratamento a seguir? Neste artigo vamos responder a estas e outras perguntas.

Depressão Infantil

O “mal do século XXI”, nas palavras da Organização Mundial de Saúde, afeta também os mais novos. A depressão infantil é uma realidade e sintomas como a apatia, isolamento, tristeza, alterações do sono e do apetite, diminuição do rendimento escolar, entre outros, não devem ser descurados — mesmo na fase pré-escolar, aos três ou quatro anos. Não há uma idade mínima para chegar ao diagnóstico.

Estudos recentes apontam para que a depressão infantil seja mais frequente do que inicialmente se pensava: cerca de5% das crianças e adolescentes possuem um grau significativo de depressão. De acordo com a última versão do Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, a depressão tem uma prevalência de 2 a 5% entre crianças e adolescentes.

A depressão infantil é uma perturbação psicológica associada a algum aspeto de comprometimento da personalidade da criança, tal como baixa autoestima e autoconfiança. Os principais comportamentos da criança com depressão infantil são:

  • autodepreciação, tristeza, frustração, medos;
  • perda da energia habitual, diminuição do apetite e redução de peso;
  • hiperatividade, agressividade e irritabilidade;
  • alterações do sono;
  • Alterações do apetite, seja diminuição ou aumento marcados;
  • diminuição da socialização;
  • atitude negativa em relação à escola e baixo rendimento escolar.
  • Baixa autoestima e constantes sentimentos de culpa;
  • Extrema sensibilidade à rejeição e ao fracasso;
  • Fadiga, falta de energia;
  • Apatia, perda de interesse nas brincadeiras ou atividades que anteriormente a entusiasmavam;
  • Queixas somáticas;
  • Agitação psicomotora;
  • Entre outras.

Estão também associados sintomas somáticos como enurese/encoprese, dores de barriga e diarreia, dores de cabeça, vómitos, além de condutas socialmente menos adequadas. No entanto, há que referir que os sintomas da depressão na infância variam de acordo com a idade.

Até os 7 anos, as crianças, não apresentam competências verbais para expressar os seus sentimentos, desta forma, o diagnóstico de sintomas depressivos torna-se mais difícil nesta faixa etária. Assim, é necessário ter em especial atenção a comunicação não-verbal, a expressão facial, os desenhos e a postura corporal da criança. Deste modo, pais, educadores e professores devem estar atentos aos comportamentos da criança, sendo o baixo rendimento escolar um dos primeiros sinais do surgimento de um possível quadro depressivo. Os pais poderão identificar problemas no repertório comportamental da criança, variando desde extrema irritabilidade à obediência excessiva, ocorrendo ainda uma instabilidade significativa em relação a esses comportamentos.

Quanto mais problemas de comportamento a criança apresentar, maior será a probabilidade de um desenvolvimento atípico, visto que a depressão interfere nas atividades associadas à cognição e à emoção. A deteção precoce de sintomas depressivos em crianças evita que venham a desenvolver quadros graves, com prejuízos no convívio social e no ambiente escolar e familiar.

“mas ela ainda é tão pequenina ainda não sabe o que é vida e já tem depressão?”

A depressão infantil pode surgir na sequência de uma situação traumática ou um acontecimento sentido pela criança como traumático, como por exemplo uma separação, abandono, doença ou morte de alguém próximo, uma mudança de escola, são apenas alguns exemplos. No entanto por norma há uma situação, ou várias, que se relacionam.

Nem sempre existe um acontecimento único identificável, a causa da depressão infantil pode ser multifatorial. Alguns estudos sugerem que a genética possa ter alguma influência na propensão para o seu desenvolvimento. As crianças nascem com um património genético, mas depois estabelecem relações numa família, na escola e pode ou não experienciar acontecimentos de vida traumáticos. Para o desenvolvimento de um quadro depressivo, o meio ambiente é, por esse motivo, determinante. Um historial familiar depressivo pode, ser um sinal de alarme, pela importância dos aspetos relacionais e por poder significar uma situação vivida como negativa pela criança.

Como ajudar estas crianças?

As crianças têm maior dificuldade em exprimir verbalmente o que sentem e não existem sintomas exclusivos da depressão infantil, pelo que muitas vezes, não é fácil chegar ao diagnóstico. Pelo que no início, ocorre muitas vezes a incompreensão do que se está a passar com a criança, por parte dos pais e dos professores, não têm a clara perceção do problema, daí a extrema importância da procura de ajuda profissional.

Além da observação e avaliação dos sintomas verificados, atendendo à sua duração, frequência e intensidade, é importante ouvir os pais e outros cuidadores, perceber se a criança teve alguma experiência vivida como traumática e se em causa estão problemas relacionais, entre outros.

Na maioria dos casos é necessário pedir exames complementares de diagnóstico, nomeadamente os testes psicológicos para despiste de outras patologias, como por exemplo problemas de desenvolvimento, perturbações de comportamento, entre muitas outras.

De uma forma geral, os pais, familiares e professores devem estar atentos aos sintomas mencionados, uma vez que, as consequências da depressão infantil são principalmente ao nível do desenvolvimento cognitivo e emocional, iniciar devendo iniciar-se um tratamento precoce, evitando, dessa forma, maiores prejuízos.

Tratamento da depressão infantil

O recurso a antidepressivos, estabilizadores de humor ou outros psicofármacos no tratamento da depressão infantil continua a ser alvo de muita discussão e é uma questão controversa. Na minha opinião, a psicoterapia individual deve ser o tratamento de eleição, não excluindo também a intervenção com a família e, se necessário, com a escola ou outras pessoas e/ou entidades que rodeiam a criança.

O que não quer dizer que, em situações mais graves, não se recorra a medicação para alívio dos sintomas. A abordagem psicoterapêutica individual tem uma duração variável, consoante a severidade da situação, mas implica um acompanhamento regular que pode variar entre meses a anos.

Dai ser importante a ajuda profissional de um psicólogo, que poderá ajudar a criança a superar as suas dificuldades psicológicas, emocionais e sociais.

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