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Julho 2022

Saúde mental na 1º infância

Atualidade/Concelho/Saúde Por

O período entre o nascimento e a entrada na escola primária é, habitualmente, considerado feliz e sem preocupações, pelo que para a maioria das pessoas é surpreendente saber que um número significativo de bebés e crianças sofrem de uma perturbação mental relevante.

Dada a importância da deteção e intervenção precoce nestas crianças, tem havido nas últimas décadas uma crescente preocupação com a saúde mental nesta faixa etária. São reportadas na literatura como sendo frequentes as perturbações do sono, alimentação, regulação emocional, processamento sensorial e de comportamento, com taxas de prevalência que atingem 10 a 20% das crianças tenham um ou mais problemas de saúde mental, sendo destes 25% nos problemas alimentares e 23% nos problemas de sono moderados. A maioria destes problemas têm impacto no desenvolvimento da criança, tornando-as também mais vulneráveis a vir a sofrer de doenças mentais na adolescência ou vida adulta.

Nesta faixa etária, as crianças não possuem as mesmas competências cognitivas, emocionais, e verbais que as crianças mais crescidas ou os adolescentes, pelo que a família é um alicerce fundamental para o diagnóstico e posterior tratamento. Também as abordagens são diferentes das utilizadas em crianças mais velhas, sendo frequentemente necessário a observação da interação cuidador-bebé, a sua separação e a posterior reunião ou mesmo a observação direta na creche ou em momentos chave do problema, como por exemplo, uma refeição.

Nos dias de hoje, os pais passam os dias a correr, têm cada vez dias mais longos de trabalho e menos tempo para a família. Chegar cansado, sem ter uma noite seguida de sono há meses, e cuidar de um bebé/criança com algum problema, inevitavelmente aumenta os níveis de ansiedade dos adultos que moram em casa, o que se transmite, involuntariamente, para os mais pequenos, aumentando por sua vez os problemas iniciais das crianças, criando um ciclo fechado, que precisa de ser interrompido.

As perturbações de saúde mental da primeira infância são mais comuns do que se imagina, sendo por isso frequente a desvalorização dos problemas e atraso na procura de ajuda. Embora algumas das perturbações (como PHDA, Autismo, entre outras) não apresentem tratamento curativo, é sempre possível melhorar a qualidade de vida dos mesmos e da família com uma intervenção adequada, o mais precocemente possível. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (AACAP) uma em cada cinco crianças apresenta evidência de problemas mentais e esta proporção tende a aumentar. De entre as crianças que apresentam perturbações psiquiátricas apenas 1/5 recebe tratamento apropriado. Ddo que a doença mental não tratada na infância tem sérias consequências na vida enquanto adolescente e mais tarde enquanto adulto, condicionando a saúde física e mental e limitando oportunidades de vida.

A posição dos jovens sobre a política na atualidade

Atualidade/Concelho/Opinião Por

Miguel Fernandes é mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Engenheira da Universidade do Porto e enquanto jovem tem já um percurso ligado à política. Frequentou a Especialização em Ciência Política na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho e é o convidado do mês de julho no espaço da Intensify World.

Miguel Fernandes


A política define o presente e o futuro de qualquer população. Podemos pensar em política nas suas diferentes dimensões, mas todas têm em comum o facto de impactarem com o nosso dia a dia. Por esta altura, já deve imaginar que o próximo passo será dizer que a política permite melhorar as nossas condições. E é isso mesmo!
A política pode definir, de forma preponderante, o desenvolvimento ou retrocesso de um país. Não vale a pena ilusões, ou maquilhar a realidade: um país que pede ajuda financeira externa perde, à partida, o comboio do desenvolvimento. Cabe aos políticos, nestes casos, terem o arrojo e a capacidade de implementar reformas estruturantes (aquelas que muitos falam, mas depois tardam a acontecer) para voltarem a por um país no caminho do desenvolvimento. O nosso problema, tantas e tantas vezes, é que temos políticos que anunciam projetos e depois, não passam de anúncios de projetos. A minha geração, por exemplo, está mais do que calejada sobre o novo aeroporto de Lisboa que, passados tantos anos, tantos milhões em projetos, de novo já não tem nada, nem mesmo a necessidade da resolução do problema.


Se pensarmos na administração pública, a política é, mais uma vez, uma das faces do sistema. Se tivermos políticos que invistam na administração pública, podemos ter serviços mais eficientes e eficazes, onde as populações são mais bem servidas. Mais uma vez, a política impacta no nosso dia a dia. Uma administração pública forte, autónoma, onde os diretores têm algum poder de decisão, permite respostas mais rápidas e eficazes aos cidadãos, ficando todos a ganhar.


Passando para uma esfera totalmente diferente, a política local, e em especial, a política ao nível da freguesia, é um serviço público prestado pelos nossos autarcas que são, não raras vezes, injustamente criticados. Digo-o porque além de ser um facto, não estamos preparados para reconhecer o trabalho das pessoas no tempo presente, parece que só somos capazes de dar valor, à posteriori, quando existe um sentimento de saudade, ou distância, face ao trabalho executado. Um presidente de junta, atualmente, não é visto da mesma forma que era quando surgiu a democracia. Parece que existiu uma certa descredibilização da figura de presidente de junta. Mais uma vez, o presidente de junta, e a sua equipa, são os responsáveis por, por exemplo, manter uma freguesia com caminhos limpos e arranjados, passeios para as pessoas, espaços públicos asseados e identificar, e depois executar, obras que permitam dinamizar a freguesia. Por vezes, o incentivo de uma junta de freguesia é o suficiente para as associações locais se desenvolverem mais, tornando, consequentemente, a freguesia mais dinâmica.


Apenas deixei algumas ideias que podem levar a uma reflexão profunda, que o tema merece. A política é muito mais do que quem ganhou o debate, quem ganhou as eleições, ou quem executou “aquela” obra. A política engloba os eleitos, os cidadãos e define o nosso futuro. Se é verdade que existem mais exemplos na política, desafio-vos a pensarem no vosso círculo de pessoas conhecidas, seja no contexto de trabalho, seja no contexto de infância, ou outro: em todos eles temos bons e maus exemplos, pessoas mais ou menos empenhadas (…) e na política é igual. Não deixemos, nem contribuamos, para a descredibilização da política. Mudemos o paradigma e contribuamos com ideias e propostas!

O seu crédito foi vendido? A DECO Informa o que deve fazer

Atualidade/Concelho/Economia Por

O seu crédito foi vendido? A DECO Informa o que deve fazer

Nos últimos anos, muitas famílias têm atravessado dificuldades financeiras e com elas surgem as situações de incumprimento dos contratos de crédito.

Desemprego, perda de rendimentos laborais ou o acréscimo de “contas para pagar” são alguns dos motivos que levaram a que os consumidores deixassem de cumprir os seus pagamentos.

É importante que as famílias reajam logo que perspetivem que vão ter dificuldades e que não deixem arrastar o incumprimento. E esta atitude é ainda mais importante perante a atual estratégia da maioria dos bancos portugueses em reduzir o stock de crédito em incumprimento, através da venda de carteiras.

A venda de carteiras é um processo que levanta muitas questões e dúvidas junto dos consumidores que veem os seus créditos ser cedidos a entidades terceiras, suas desconhecidas e, não raras vezes, sem serem de tal informados.

O incumprimento do pagamento da prestação

Quando o consumidor deixa de pagar as prestações, a instituição de crédito deve integrá-lo num procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento (PERSI) e contactá-lo para avaliar a sua capacidade financeira e negociar soluções de pagamento para a regularização extrajudicial de situações de incumprimento de contratos de crédito de acordo com a sua capacidade financeira.

São muitos os consumidores que não conseguem chegar a um acordo, nem efetuar o pagamento da totalidade da prestação e realizam entregas de valores inferiores.

Atenção: O consumidor continua em incumprimento, estando sujeito às penalizações previstas na lei e no contrato, nomeadamente comissões e juros de mora e o seu crédito pode fazer parte de uma carteira de crédito malparado, pois perante o banco continua a existir incumprimento, uma vez que não está a conseguir pagar a prestação por completo, apesar de depositar algum dinheiro.

Em que consiste a venda do crédito?

A venda, ou cessão de crédito, consiste na transmissão de um crédito pelo credor (cedente ou instituição que concedeu o crédito) a um terceiro (cessionário). Não havendo nada estipulado em contrário, são também transmitidas as garantias e outros direitos acessórios do crédito.

A DECO – Delegação Regional do Minho, sita na Avenida Batalhão Caçadores 9, Viana do Castelo encontra-se disponível podendo contactar-nos através do 258 821 083 ou por e-mail para deco.minho@deco.pt. Visite o nosso site www.deco.pt

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