
Ao longo dos anos, a educação de adultos, não mereceu a devida atenção por parte dos governos. Com a adesão à atual União Europeia, estes problemas passaram a ser alvo de análises, rankings e comparações internacionais, que, esmiuçando a situação portuguesa, acabaram por fazer emergir as fragilidades do nosso sistema de ensino, com particular enfoque na educação de adultos.
Depois de se conhecerem determinadas estatísticas e de se fazerem notar de forma mais evidente, as diferenças entre os diversos países da União Europeia, no que toca à educação de adultos, urgiu tomar decisões. Em Portugal, a elevada percentagem de baixas qualificações constitui-se como um entrave à melhoria de certos setores ou mesmo da aproximação das pessoas às necessidades reais do mercado de trabalho.
Com apoio dos fundos comunitários, foram criados os Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Estes centros permitiram alguma descentralização do poder central, pois, passaram a ter alguma autonomia na forma como operavam. Os Centros de Novas Oportunidades (CNO), mais tarde assim denominados, permitiram uma maior aproximação às vicissitudes regionais. Estes vieram aproximar a educação, das pessoas, e, de certa forma, permitiram também uma maior aproximação do poder central às especificidades locais. Na sociedade atual, não podemos permitir que a falta de acesso à educação, as poucas qualificações ou dificuldades dessa ordem acabem por ditar a exclusão de alguns cidadãos e dos seus direitos sociais.
Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco
(Mestre em Educação. Especialista em Ciências da Informação e Documentação)