A posição dos jovens sobre a política na atualidade

Julho 4, 2022 Atualidade, Concelho, Opinião

Miguel Fernandes é mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Engenheira da Universidade do Porto e enquanto jovem tem já um percurso ligado à política. Frequentou a Especialização em Ciência Política na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho e é o convidado do mês de julho no espaço da Intensify World.

Miguel Fernandes


A política define o presente e o futuro de qualquer população. Podemos pensar em política nas suas diferentes dimensões, mas todas têm em comum o facto de impactarem com o nosso dia a dia. Por esta altura, já deve imaginar que o próximo passo será dizer que a política permite melhorar as nossas condições. E é isso mesmo!
A política pode definir, de forma preponderante, o desenvolvimento ou retrocesso de um país. Não vale a pena ilusões, ou maquilhar a realidade: um país que pede ajuda financeira externa perde, à partida, o comboio do desenvolvimento. Cabe aos políticos, nestes casos, terem o arrojo e a capacidade de implementar reformas estruturantes (aquelas que muitos falam, mas depois tardam a acontecer) para voltarem a por um país no caminho do desenvolvimento. O nosso problema, tantas e tantas vezes, é que temos políticos que anunciam projetos e depois, não passam de anúncios de projetos. A minha geração, por exemplo, está mais do que calejada sobre o novo aeroporto de Lisboa que, passados tantos anos, tantos milhões em projetos, de novo já não tem nada, nem mesmo a necessidade da resolução do problema.


Se pensarmos na administração pública, a política é, mais uma vez, uma das faces do sistema. Se tivermos políticos que invistam na administração pública, podemos ter serviços mais eficientes e eficazes, onde as populações são mais bem servidas. Mais uma vez, a política impacta no nosso dia a dia. Uma administração pública forte, autónoma, onde os diretores têm algum poder de decisão, permite respostas mais rápidas e eficazes aos cidadãos, ficando todos a ganhar.


Passando para uma esfera totalmente diferente, a política local, e em especial, a política ao nível da freguesia, é um serviço público prestado pelos nossos autarcas que são, não raras vezes, injustamente criticados. Digo-o porque além de ser um facto, não estamos preparados para reconhecer o trabalho das pessoas no tempo presente, parece que só somos capazes de dar valor, à posteriori, quando existe um sentimento de saudade, ou distância, face ao trabalho executado. Um presidente de junta, atualmente, não é visto da mesma forma que era quando surgiu a democracia. Parece que existiu uma certa descredibilização da figura de presidente de junta. Mais uma vez, o presidente de junta, e a sua equipa, são os responsáveis por, por exemplo, manter uma freguesia com caminhos limpos e arranjados, passeios para as pessoas, espaços públicos asseados e identificar, e depois executar, obras que permitam dinamizar a freguesia. Por vezes, o incentivo de uma junta de freguesia é o suficiente para as associações locais se desenvolverem mais, tornando, consequentemente, a freguesia mais dinâmica.


Apenas deixei algumas ideias que podem levar a uma reflexão profunda, que o tema merece. A política é muito mais do que quem ganhou o debate, quem ganhou as eleições, ou quem executou “aquela” obra. A política engloba os eleitos, os cidadãos e define o nosso futuro. Se é verdade que existem mais exemplos na política, desafio-vos a pensarem no vosso círculo de pessoas conhecidas, seja no contexto de trabalho, seja no contexto de infância, ou outro: em todos eles temos bons e maus exemplos, pessoas mais ou menos empenhadas (…) e na política é igual. Não deixemos, nem contribuamos, para a descredibilização da política. Mudemos o paradigma e contribuamos com ideias e propostas!

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