
Vanessa Barbosa, judoca barcelense, evidenciou como os mais jovens podem ser verdadeiramente inspiradores. Esta semana, apresentamos Inês Torres, cujo percurso académico e profissional nos enche de orgulho.
Se tiver interesse em participar ou em sugerir alguém inspirador para esta rubrica, escreva para o email: barcelensesinspiradores@outlook.pt.
Inês Torres é doutoranda em Egiptologia na Universidade de Harvard, EUA. Licenciou-se em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é Mestre em Egiptologia pela Universidade de Oxford, Inglaterra.
Nasceu em Braga em 1991, mas é Barcelense de gema. Viveu em Barcelos até aos nove anos de idade, altura em que se mudou para o Porto, onde concluiu o ensino secundário. Foi, também, aos nove anos que se apaixonou pelo antigo Egipto, paixão essa que nunca esmoreceu, tornando-se na sua inequívoca vocação profissional.
Em 2009, iniciou a licenciatura em Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que concluiu em 2012. Nesse mesmo ano, iniciou o mestrado em Egiptologia na Universidade de Oxford. Concluiu o mestrado em 2014 e em 2015 iniciou o doutoramento em Egiptologia na Universidade de Harvard, que deverá terminar em Maio de 2021.
Atualmente, Inês Torres dá aulas de Introdução aos Hieróglifos Egípcios (Egípcio Clássico) na Universidade de Harvard e é estagiária no Museu de Arte da mesma universidade, enquanto, simultaneamente, escreve a sua tese de doutoramento.
Quem és tu? Conta-nos quem és apenas como tu te conheces.
Sou uma pessoa determinada a lutar pelos meus sonhos, que sempre foram um bocado fora do comum. Adoro aprender coisas novas e partilhar os meus conhecimentos com outros, sejam alunos, familiares ou amigos. Sou bastante curiosa e gosto de fazer perguntas sobre tudo; talvez por isso me sinta tão feliz no meio académico. Sou tão caseira quanto aventureira: dou muito valor ao tempo em família, mas também estou sempre pronta a explorar novos mundos e oportunidades.
O que fazes é uma extensão de quem és?
De certa forma, o que faço é o que sou. O Antigo Egipto sempre foi a minha paixão. O meu sonho de um dia ser egiptóloga guiou todos os meus passos até agora – e continua a fazê-lo! Não consigo imaginar uma vida sem trabalhar no Egipto, sem estudar a sua história, sem ler os seus documentos, sem tentar compreender como era a vida das pessoas que aí viveram há milénios atrás.

De que forma impactas a vida do próximo?
Julgo que as vidas nas quais tenho mais impacto neste momento são as dos meus alunos. O ambiente universitário é um ambiente formativo, não só a nível intelectual, mas também a nível pessoal. Nas minhas aulas, dou imensa importância ao diálogo com e entre os alunos, e tenho sempre em consideração a opinião deles. Se há algo que é inegável, é que eu aprendo tanto com os meus alunos como eles comigo.
Se pudesses ter a atenção do mundo durante 5 minutos, o que dirias ou farias?
Falaria sobre a importância de reformularmos as políticas ambientais a nível global. Apelaria a uma mudança nos padrões de consumo globais, de forma a podermos travar os problemas ambientais que já começam a ter efeito. A mudança está em todos nós, e pequenos gestos individuais no dia a dia têm, no total, um enorme impacto!
Ao longo da tua vida, quem foram algumas das pessoas que mais te influenciaram?
A minha família, sem dúvida, todos de forma diferente. O meu namorado (e quase marido!), que também sendo egiptólogo, me influencia em todos os aspetos da minha vida, profissional e pessoal. Os meus amigos, espalhados pelo mundo todo, mas sempre presentes. Os vários professores e mentores que me encorajaram e ajudaram, de uma forma ou de outra, a atingir os meus objetivos profissionais.
Atualmente, que figuras de influência tomas como exemplo?
Michelle Obama, Greta Thunberg e Chimamanda Ngozi Adichie.
Diz-nos um barcelense que te inspire e porquê.
O meu pai! Admiro-o pela sua força e dedicação, presentes em tudo o que faz. Pela sua inteligência, pois estou sempre a aprender coisas novas com ele. Pelo seu humor e simpatia, que cativa toda a gente. Pelo seu apoio em tudo aquilo que faço. O meu pai é o melhor do mundo, mesmo!
Como gostarias de ser recordada?
Como alguém que viveu a fazer aquilo que mais amava!
Por: Sandra Santos (Poeta e Tradutora) e Iara Brito (Criminóloga)*.
(* A redação do artigo é única e exclusivamente da responsabilidade das autoras)