
Os coronavírus são um grupo de vírus que provocam infeções, variando a gravidade, nas pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma patologia mais grave, como pneumonia. A Organização Mundial da Saúde atribuiu o nome, COVID-19, por ser o nome da doença que resulta das palavras “Corona”, “Vírus” e “Doença” com indicação do ano em que surgiu (2019).
Doença de coronavírus 2019 (COVID-19), anteriormente conhecida como coronavírus 2 de síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) e 2019 novo coronavírus (2019-nCoV), foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, no centro da China (WHO, 2019; CDC, 2019). A 31 de janeiro de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência de saúde pública como o aparecimento de casos no Japão, Tailândia, Estados Unidos da América, Austrália e França (OMS,2020).
Esta emergência que o mundo enfrenta atualmente apresenta semelhanças com o surto de SARS, que vivemos entre 2002 e 2003 e vitimou mais de 800 pessoas (a COVID-19 já matou mais de 5.000 pessoas desde dezembro do ano passado). Apesar das diferentes apresentações clínicas, o rápido padrão de transmissão e a falta de preparação das autoridades de saúde são dois pontos semelhantes entre os surtos. Pelo que se sabe que quase metade dos sobreviventes do último coronavírus — o SARS — desenvolveram perturbações mentais após o surto, como a ansiedade, depressão e stress pós-traumático (PSPT) (Wu, Chan, Ma (2005), Hawryluck, Gold, Robinson et al. (2004)). Um estudo publicado em 2014 na revista especializada East Asian Arch Psychiatry mostrou que 54,5% dos sobreviventes desenvolveram ansiedade por stress pós-traumático, enquanto 39% teve depressão. O que nos leva a acreditar que esta crise de saúde pública provocada pelo COVID-19 poderá trazer como consequências, cenários de depressão, ansiedade e stress pós-traumático (PSPT).
Por: Marisa Marques * (Psicóloga Clínica e da Saúde).
Imagem: DR.
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