Inaugurou, no passado dia 12 de agosto, na Sala Gótica da Câmara Municipal de Barcelos, a exposição “Do Grão à Chávena”, que ficará aberta ao público até 17 de setembro.
A exposição é constituída, exclusivamente, por uma parte da coleção do “Acervo do Café”, cedida para o efeito pelos seus proprietários, Manuel Guedes e Olga Carvalho. A exposição tem como finalidade dar a conhecer ao grande público o percurso do grão de café, torra, passando pela moagem e confeção através da escolha criteriosa de utensílios domésticos, todo um processo até chegar à chávena de cada consumidor.
Como complemento da exposição, serão expostos documentos relacionados com a compra e venda de café, torradores, moinhos, máquinas e cafeteiras representativas. A entrada será gratuita.
Mas vamos conhecer um pouco mais Manuel Guedes, emigrante na Suíça desde 1999, que foi integrado pela Associação Industrial e Comercial do Café e o considera um “embaixador do café português”.
Manuel Fernando Guedes de Almeida nasceu em Valongo, a 6 de setembro de 1975. Tal como referido, emigrou para a Suíça em 1999, onde reside com sua esposa, Olga Carvalho, em Gossau, St. Gallen. Lá, é chefe de linha numa empresa de produtos alimentares. O casal tem três filhos.
Este valonguense tem alma de colecionador, com espírito de partilha com os outros. Por um lado, anseia ajudar a preservar as memórias do passado mas, por outro, e principalmente, pretende partilhar com os demais os objetos, e a sua história. Objetos esses que vai adquirindo, nomeadamente, com emigrantes lusos na Suíça, Luxemburgo e Liechtenstein, tornando as suas coleções uma forma de identificação com a pátria para quem está longe. O seu pai incutiu-lhe este “bichinho”, também ele colecionador, levando-o, ainda garoto, a feiras de antiguidades e numismática, no Porto. No entanto, é quando emigra para a Suíça que este “bichinho” saiu “do casulo” e resultou no colecionador que hoje é. Após várias áreas de coleção, “apaixonou-se” pelo mundo do café. Selos, notas e moedas, títulos de câmbio, ações, livros, revistas, moinhos, torradores, serviços, máquinas e vários utensílios são alguns dos exemplares da sua coleção. Em conjunto, contam a história de Portugal no cultivo, transformação, comércio e consumo de café.
Dentro do seu espírito de partilha, Manuel Guedes criou (basta clicar no link para aceder) um blog m(http://acervodocafe.blogspot.com) e um site (http://www.acervodocafé.com) onde partilha a sua paixão pelo café e as atividades no âmbito do tema.
Para além do colecionismo, este emigrante na Suíça tem outros hobbies, como a rádio, sendo mentor do programa Baú do Colecionador, da RCE – Rádio Clube do Emigrante. Escreve, igualmente, artigos para a Gazeta Lusófona e para a página Bom Dia Europa (http://bomdia.eu).
Manuel Guedes é, ainda, membro da ACOBAR – Associação de Colecionismo de Barcelos; APCPV – Associação Portuguesa de Colecionadores de Papeis de Valor; do CFP – Clube Filatélico Português; e AICMV – Association Internationale des Collectionneurs de Moulins à Café [Associação Internacional de Colecionadores de Moinhos de Café]. Aliás, esta não é a primeira vez que Manuel Guedes mostra os seus itens de coleção. Já em 2015 marcou presença no XI Encontro Internacional de Colecionadores, organizado pela ACOBAR, no Estádio Cidade de Barcelos.
A este jornal, o colecionador salientou que o “Acervo do Café é um projeto de divulgação do património cultural português do café”. Sobre esta exposição, Guedes refere que está “muito grato a Barcelos e, sobretudo, à ACOBAR a abertura à ideia da exposição. Obrigado a todos!”
De regresso à Suíça, Manuel Guedes termina dizendo que regressa “com Barcelos no coração”, elogiando os barcelenses: “Boa gente!”, termina o colecionador “do café”.
Fotos e imagens: CMB/Manuel Guedes.