
Olá, caros leitores!
Antes de começar a minha última crónica, quero muito agradecer ao BnH a oportunidade que me dá de todas as semanas exprimir a minha paixão pelo FCP.
Esta última crónica é em jeito de balanço da época que terminou. Confesso que fiquei contente com a escolha de PC para o treinador do Porto. Mais do que um treinador, nós precisávamos de alguém que injetasse mística, agressividade, querer, ambição e que voltássemos a ser Porto o mais rapidamente possível. Não tínhamos mais margens de erro para experimentar “flopategos, peseiros, espíritos santos”, etc. SC foi a escolha certa, no lugar certo e na altura certa. Mas depois também pensei: que jogadores lhe podemos dar já que o momento económico do FCP era péssimo, fruto do fair-play financeiro da UEFA, etc. Eis que a genialidade de SC faz recuperar, animicamente, jogadores que estavam emprestados e que, muitos deles, em tempos, se recusavam em voltar ao Porto. Isso, acrescentado à base que já tínhamos, podia ser uma fórmula boa para fazer um campeonato em que pudéssemos ser campeões.
Desde a pré-época que sentia que este plantel e equipa técnica tinham algo de especial e que podíamos ser uma agradável surpresa. O plantel era curto, as soluções não eram muitas mas foi dando para o gasto. Fomos ganhando jogos atrás de jogos, a confiança ia aumentado, o Dragão enchendo e o sonho começava a ganhar forma. Há uma frase de SC, no final do Sporting 0 – FCP 0, em que ele diz, no meio da roda do staff e equipa: “Com esta atitude vamos ser campeões”. Aquilo marcou-me e fez-me sorrir porque tínhamos de volta o verdadeiro FCP. Gostava da forma como jogávamos, éramos objetivos e verticais, fortes defensivamente e extremamente focados e unidos. Prova disso, foi terminarmos a primeira volta em primeiro lugar, na Liga dos Campeões, nas Taças da Liga e de Portugal.
O mercado de inverno não foi nada útil. Fomos pedir jogadores emprestados ao Tondela, Portimonense, à segunda liga francesa (coisa que nunca vi no FCP) e nenhum deles acrescentou nada. Fiquei a pensar de quem seriam essas escolhas, se da SAD ou da equipa técnica. Mas esse era um sinal de que não havia dinheiro para compras. Eis que chega o momento crítico da época. Depois de estarmos 5 pontos à frente dos rivais, aparecem, inexplicavelmente, duas derrotas: uma com o Paços e outra com o Belenenses! Não quero escalpelizar essas derrotas, mas confesso que, na altura, “atirei a toalha ao chão” porque vi que tínhamos perdido o estofo e confiança de campeão e que as pernas já faltavam.
Tudo isto, poucas semanas antes de irmos à Luz, e sem Marega e Danilo. Já pairava em ambiente de crise até porque tínhamos saído da Liga dos Campeões de uma forma pesada mas que em nada tirou o brilho da nossa participação. Eis que chegamos à Luz em segundo lugar e, passados 90 minutos, saímos em primeiro. E foi o golo do nosso capitão que, com um forte remate, derrubou “toupeiras”, “vouchers”, “rumos aos pentas”, etc…Foi na Luz que ganhámos o campeonato, não matematicamente, mas praticamente. Até final, foi um passeio de classe, de tranquilidade, de confiança, onde ganhámos todos os jogos até final, sem facilitar um único só.
E assim, o FCP se sagrou campeão nacional, de uma forma categórica, brilhante e sem espinhas!
Os mais da equipa, na minha opinião, foram: Ricardo Pereira, Marcano, Felipe, Alex Telles, Herrera, Brahimi, Aboubakar, Tiquinho – a espaços – e, quem diria: “Marega”.
Os menos: José Sá (que teve uma oportunidade de ouro para se afirmar no clube e seleção e “borrou-se”), Osório, Paulinho, Waris, Corona – podia ser mais – e Óliver (que demora a justificar a compra de 20 milhões).
Revelação: Diogo Dalot.
Pilar: Sérgio Conceição.
Que o FCP volte forte em 2018-2019, porque todos nós “queremos o Porto novamente campeão.”
Obrigado a todos pela atenção.
Boas férias e Força Portugal!
Por: Vítor Sá Pereira*.
(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)