Em declarações à Gil Vicente TV, o treinador do Gil Vicente, Paulo Alves, abordou vários assuntos que marcam a atualidade gilista.
Começou por falar sobre este momento mau que a equipa está a passar neste momento. “O momento é difícil, apesar da equipa ter equilibrado a maior parte dos jogos, apesar de penaltis falhados, bolas aos ferros, de pelo menos frente ao Porto e ao Sporting a imprensa ter considerado os seus guarda-redes o melhor jogador em campo, as coisas não estão a acontecer, no sentido de fazer golos. Apesar das muitas oportunidades, sendo este último jogo um bom exemplo, os golos não têm aparecido”.
Paulo Alves considera que têm que “olhar para dentro e perceber que todos temos que fazer melhor. Treinadores e jogadores. Temos que dar mais, temos que fazer melhor. Não podemos criticar muito os jogadores porque eles têm feito o seu trabalho, mas a bola não entrando a bem, tem que entrar a mal. Está-nos a faltar um bocadinho essa situação e daí o momento difícil”.
Sobre as últimas arbitragens dos jogos que o Gil Vicente disputou, o treinador gilista incidiu mais a sua atenção nos últimos três, principalmente, no que opôs o clube barcelense à Académica. Espera que seja apenas uma mera coincidência, mas parece-lhe haver facilidade em não se marcar penaltis a favor do Gil ou marcá-los contra, ou anular-se golos ao Gil. “Um sem-número de situações que estão a acontecer. Nestes três últimos jogos, dois deles televisionados, isso foi evidente. Não estamos a inventar. As pessoas viram. Nem sequer estou a querer justificar a situação do Gil com as arbitragens. Há situações que foram bem assinaladas mas há outras, duvidosas, em que arbitra-se sempre em desfavor do Gil. Há dois penaltis assinalados contra nós, há dois golos da Académica que são ilegais e o segundo golo da Académica é precedido de uma cotovelada feia no Sandro, em que a equipa parou e dá o segundo golo. Ficou muito difícil reagir, no momento em que a equipa está, porque a bola começa, de facto, a ‘pesar toneladas’. São três golos anulados contra o Sporting, em que um deles é uma situação duvidosa. O Rui [ndr: Rui Miguel] nem sequer toca na bola, dá um pequeno salto. Mas eu aceito. A questão é que muito fácil anular golos ao Gil, não marcar penaltis a favor do Gil, porque no jogo do Sporting há duas situações também extremamente duvidosas e a tendência é sempre não marcar. Há um sem-número de coisas que eu acredito e espero que seja apenas uma coincidência”.
O futuro e a inclusão na primeira Liga também foram abordados por Paulo Alves. “O Gil está num momento complexo, difícil em termos de situação de futuro. Tem a sua situação resolvida para daqui a ano e meio mas ano e meio é muito tempo no futebol. Há gente aqui que tem que trabalhar durante esse ano e meio. Tem que honrar os seus contratos e tem que fazer o seu trabalho. Desde que cheguei aqui a minha decisão tem sido não tocar nesse assunto no balneário. Temos que fazer o nosso trabalho agora e não estar preocupados com o futuro. Mas espero que não haja nenhuma situação que possa interferir em nada disto. Nós vamos continuar o nosso trabalho, vamos olhar para dentro, para nós e fazer aquilo que nos compete, de uma forma mais vincada, mais determinada. Porque, é verdade, também nos está a faltar um bocadinho isso. Mas há coisas que não podemos escamotear. São muitas coisas. São três jogos apenas. Quero deixar bem claro que não estou a dizer que todas as situações são mal assinaladas. Mas há uma tendência. Há muito caso, muitas situações em três jogos apenas. Espero que isso não tenha a ver com rigorosamente nada e que seja uma coincidência”.
Sobre o jogo do próximo domingo, nos Açores, frente ao Santa Clara, com início marcado para as 15h00, a contar para a 26ª jornada da Ledman LigaPro, Paulo Alves referiu que “o Santa Clara é uma equipa que está motivada, está moralizada. Vem de três vitórias seguidas e perante o seu público é sempre uma equipa difícil. Mas esta Liga também já nos ensinou que isso, sendo importante, não é um dado em si, nem encerra nada de definitivo em relação ao jogo. Temos que ser uma equipa séria, competente. Fazer aquilo que temos que fazer, mas com essa tal determinação e objetividade que nos tem faltado nos últimos jogos. Volto a referir, a equipa tem sido, em muitas partes dos jogos, extremamente dominadora e, até em certos jogos, criado muitas situações mas não está a conseguir. Mesmo no jogo com a Académica, em que o resultado é de 0-4, mas há dois golos ilegais e uma grande penalidade assinalada. A equipa até quando o resultado se foi avolumando, foi sempre dividindo o jogo e foi tendo oportunidades. Mas tem sido difícil. Espero que isso termine e as coisas sejam marcadas conforme têm que ser marcadas. Para um lado e para o outro, não há problema rigorosamente nenhum. A equipa, obviamente, tem que dar mais e acredito que vai dar mais e vai ter essa sorte que nos tem faltado”. O treinador gilista espera “um resultado que possa virar o espírito que, por estes motivos todos, tem estado em baixo. Temos que o ir buscar novamente e fazer do Gil a grande equipa e uma boa equipa, sempre difícil para os adversários, que sempre foi”.