
O insucesso escolar é um fenómeno educativo que preocupa, cada vez mais, a nossa sociedade.
Desde os alunos, aos familiares e aos educadores, apesar das várias reformas educacionais implementadas pelos sucessivos governos, no combate ao insucesso escolar, a verdade é que em Portugal assiste-se a uma elevada taxa de insucesso, que afeta o percurso do indivíduo ao longo de toda a sua vida.
Durante vários anos, esta problemática esteve relacionada com a situação económica das famílias, nas quais as mais abastadas tinham um acesso facilitado ao sistema educativo, criando assim, um enorme estigma na desigualdade do acesso à educação.
Hoje, embora este fator não seja uma condicionante ao acesso à educação, a verdade é que ele ainda persiste e, de certa forma, é um dos maiores veículos para a exclusão social.
Muitos são os fatores que estão na causa do insucesso escolar, oriundos das mais diversas esferas da sociedade, sendo elas de origem social, cultural e política.
Dentro dessas causas identificam-se, por exemplo, a cultura organizacional das escolas, nomeadamente na implementação das práticas pedagógicas, por vezes, pouco apelativas para determinados alunos; currículos desadequados aos interesses dos alunos, muito extensos e estáticos; a interação e o relacionamento nas salas de aulas entre o aluno e professor; os problemas familiares associados, muitas vezes, à indisponibilidade das famílias para acompanhar os seus filhos nas suas aprendizagens.
Será que um dos fatores que pode estar na base do insucesso escolar está relacionado com a classe social dos pais?
Será que existe uma receita única para combater o baixo rendimento escolar?
Por: Dr.ª. Maria José Amaral Neco*.
(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)