O limbo entre a vida que conhecíamos e algo que não sabemos o que será.

Março 16, 2022 Atualidade, Opinião, Saúde

A saúde mental da nossa população está a piorar: as consultas aumentam em alguns hospitais, noutros a gravidade dos casos acentua-se. As crises de ansiedade, cansaço psicológico, isolamento, depressão, anorexia, entre outros, são definitivamente um grande motivo de preocupação entre os especialistas de saúde mental (psicólogos, psiquiatras e pedopsiquiatras). As tentativas de suicídio e de perturbações de comportamento alimentar que chegaram à urgência, durante a pandemia, foram “mais graves” e o impacto psicológico dos portugueses é agora a ponta do iceberg, pois temos cada vez mais certezas de que a pandemia e o confinamento tiveram um impacto negativo na saúde mental da sociedade, mas o pior ainda poderá estar para vir.

Ainda não chegamos ao fim de uma pandemia e passamos novamente a viver sob uma nova imprevisibilidade e insegurança pondo à prova a nossa capacidade de resiliência – A GUERRA.

A guerra por si só é uma experiência potencialmente traumática. Embora não façamos diretamente parte desta guerra, não deixamos de estar envolvidos e de sofrer as consequências, porque este não é um problema somente da Ucrânia e da Rússia, mas sim uma situação que provoca incerteza e que exigirá o envolvimento mundial, dada a crise económica e social que se irá, dentro de pouco, instalar-se mundialmente.

Viver em tempo de guerra não representa apenas a destruição das infraestruturas, perda de vidas e ferimentos. Tem um impacto traumático e de revolta que gera um sentimento de desmoralização e desânimo, obviamente sobretudo nas vítimas diretas, mas a verdade é que nós, as vítimas secundárias, não sairemos ilesas. 

Hoje vivemos sob tensão vemos pessoas a precisarem de ajuda e os meios de comunicação estão sempre a mostrar imagens de devastação. Provocando em nós uma exposição contínua à incerteza e a uma extrema ausência de controlo face à situação, provocando-nos sentimentos de desespero, inutilidade, incapacidade e, consequentemente, um maior stress e ansiedade.

Contudo sentir-se ansioso não fará de nós mais fracos. No entanto, é extremamente importante tentar controlar a ansiedade, procurar formas de ajudar-nos, moderar a nossa exposição ao que ouvimos e vemos nos meios de comunicação e principalmente procurar ajuda quando acharmos que não conseguimos mais controlar sozinhos.

Desta forma alerto, nomeadamente aos adultos e pais que “protejam” as nossas crianças, pois não se encontram com maturidade emocional suficiente para lidar com tanta insegurança e medo. É importante que estejam atentos ao impacto emocional que esta situação possa causar nos seus filhos, mostrando-se tranquilos e ajudando a criança a perceber o que se passa e, ao mesmo tempo, a manter o seu sentido de segurança.

Caso considere que a situação está intensificada e não tem controlo, procure ajuda especializada (Psicologia, Psiquiatria, Pedopsiquiatria) de forma a diminuir o impacto traumático desta situação avassaladora que estamos a viver.

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