
O meu nome é Miguel Novais, sou Licenciado em Educação Física e Desporto, com Mestrado em Intervenção Psicossocial com Crianças, Jovens e Famílias de Risco.
Atualmente sou Professor de Educação Física no Agrupamento de Escolas Alcaides de Faria. Sou casado, pai de dois filhos e desportista (ultramaratonista). Acredito que é através do exemplo e da sensibilização dos jovens para os valores e hábitos saudáveis que se consegue melhorar o Mundo.
Sou sócio fundador e voluntário da SOPRO, pertenço aos órgãos sociais da SOPRO desde 2003. Tenho sido dinamizador de inúmeros projetos de voluntariado nacionais e internacionais, assim como de campanhas de sensibilização e angariação de fundos, mas só em 2010 é que assumi a presidência da SOPRO, depois de uma experiência de voluntariado missionário em Moçambique. Desde 2010 que a SOPRO, tem tido um crescimento gradual e sustentável, cada vez com maior impacto na comunidade local e internacional.
A época do natal será sempre muito especial, pois está rodeada de magia e solidariedade, à qual ninguém consegue ficar indiferente. É a época de celebrar a união em família, mas também de partilhar presentes de coração com as pessoas que amamos.
No entanto, a situação pandémica atual, não nos permite viver esta quadra da mesma forma a que estamos habituados. O “Normal” seria andarmos a correr à procura daquele presente, no meio do trânsito, constantemente a olhar para o relógio e para a carteira. Sempre sem tempo para fazer tudo o que gostaríamos de fazer, mas ansiosos por passar a noite de natal em família e junto das pessoas que mais amamos. Para uns, o Natal continuará a ser uma época de esperança, de mais união (apesar das distâncias) e solidariedade, para outros será vivida com tristeza, amargura e preocupação. As dificuldades económicas, a incerteza, a ausência da família, o receio da doença ou a falta de saúde, e todas as restrições em que vivemos, podem ensombrar este Natal.
Apesar de os encontros e jantares com colegas e amigos não poderem existir é uma oportunidade única para repensarmos no verdadeiro significado do Natal. O Espírito Natalício deve despertar em nós a solidariedade, a entreajuda, o perdão e a fraternidade entre as pessoas.
Podemos não estar tão próximos, podemos não abraçar, podemos não conviver como convivíamos, mas podemos fazer muitos pequenos gestos que contribuem para a felicidade de alguém que amamos ou até para alguém desconhecido. Por isso, é importante valorizar os pequenos gestos que conseguimos fazer.

O natal está a chegar e fiquei “preso” em casa. Primeiro em isolamento profilático e depois como infetado COVID. Mas não fiquei só, fiquei com a minha querida e amada família, com quem posso viver intensamente estes dias fechado em casa. Mas sinto verdadeiramente que não estou sozinho, pois a disponibilidade de amigos e familiares está sempre presente, quer para fazer compras ou para dar uma palavra. E as crianças estão super felizes a fazer atividades conjuntas com os pais: seja a pintar, a cozinhar, fazer bolos, ver filmes ou fazer jogos em família. É sem dúvida um tempo de qualidade em família, que só com a pandemia foi possível.
E para os mais pequenos, o natal é mágico, curiosos e ansiosos para saber que presente é que o Pai Natal vai trazer e como é que vai deixar os presentes, se nós não temos chaminé!

Sinto-me também de coração cheio ao ver a solidariedade que existe na cidade onde vivo, com um envolvimento de crianças e jovens a organizarem recolhas de alimentos nas escolas, construírem caixas para oferecer alimentos a famílias carenciadas, voluntários a elaborar e entregar cabazes de natal, idosos a receberem visitas, entidades a partilharem presentes de coração cheio (anjos de natal e donações).

Isto é Natal! Apesar de todas as limitações, estamos a habituar-nos a um “Novo Normal”, mas não podemos deixar de transmitir uma mensagem positiva e se necessário criar novos hábitos nesta época natalícia.

É preciso ser positivo e criativo, quer na forma como comunicamos nas redes sociais e nas plataformas que são o nosso dia a dia (zoom, wathsapp, Skype, …), quer na forma como comunicamos com os nossos familiares e amigos mais próximos, para que se sintam presentes no nosso coração.
Que este Natal tão diferente, nos ensine a oferecer Presentes de Coração Cheio! Que nos ajude a valorizar os pequenos gestos e o tempo de qualidade em família!
(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)
Por: Professor Miguel Novais
Fotos: DR