
Esta semana, aproveitamos para lembrar uma das mais antigas lendas do nosso “folclore” nacional.
Ao que consta, Isabel de Aragão, Rainha de Portugal por casamento com El-Rei Dom Dinis, quinto da dinastia dos Afonsos, era sobejamente conhecida pelas suas obras de caridade para com os pobres, dando-lhes, constantemente, pão que levava às escondidas no regaço do seu vestido.
Às escondidas, porque seu marido Dom Dinis – O Lavrador, ciente das economias do reino e, quem sabe, receando que sua mulher viesse a tornar-se mais popular que o Real Monarca, a havia proibido de tais gestos.
Um dia, desconfiado, resolveu seguir sua mui nobre e generosa esposa, para que a pudesse apanhar em flagrante e, consequentemente, a pudesse confrontar com tamanha desobediência.
Severo, questionou-a sobre o que era “aquilo” que transportava no regaço. Ao que a querida Rainha respondeu, aflita: – São Rosas, Senhor!
– Rosas, em janeiro?!? – questionou o Rei, desconfiado – Mostrai-me!

Dona Isabel de Aragão soltou então os folhos de seu vestido, tendo-se espalhado pelo chão inúmeras rosas, que assim se tinham transformado miraculosamente.
Veio mais tarde, por tal episódio, a ser canonizada, pelo que é hoje conhecida como A Rainha Santa Isabel, ou mais simplesmente, Rainha Santa.
Uns séculos mais tarde, num outro Reino onde também houvera um Rei, Dom Eusébio – O Pantera Negra – de seu nome, comandava as tropas de sua majestade um valente cavaleiro que dava pela graça de Sir Bruno Lage – O Empalador Sadino. Assim sobejamente conhecido, pela sua habilidade em caçar dragões e leões, sempre em companhia da sua nobre água, Vitória.
Um dia, os bobos de cortes vizinhas, inconformados com tamanha habilidade e invejosos dos feitos de mui nobre cavaleiro, resolveram reunir-se em painéis um pouco por todos os pasquins dos seus reinos e começaram a espalhar aos sete ventos que tais feitos só poderiam ser possíveis por arte de magia negra. Alguns monarcas rivais, inclusivamente, nomearam bobos-mor, com a missão de que ajudassem a espalhar ainda mais tais vitupérios.
– Imbestigue-se! – bramiam uns.
– São vouchers! – desesperavam outros.
Então, num acesso de raiva, acercaram-se do reino D´El-Rei Eusébio, procuraram Sir Lage, apontaram-lhe as lanças e gritaram em tom ameaçador:
– Dizei, infame Lage!…Dizei que magia negra é essa que fazeis, para estares com sete pontos de avanço! Dizei como enfeitiçais Árbitros e Var(es)…
– São Papoilas, senhores – retorquiu valente cavaleiro.
– Papoilas?!? Em janeiro?!? – duvidaram todos.
– Sim!…Crescem no Seixal!
E Pluribus unum!
Por: Hugo Pinto*.
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