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Depressão

Ansiedade ou depressão: como reconhecer cada uma

Novembro 16, 2021 em Atualidade, Concelho, Saúde Por barcelosnahorabarcelosnahora

Têm alguns aspetos em comum e podem até ocorrer em simultâneo. Mas, para tratá-las da melhor forma, é importante aprender a distinguir: ansiedade ou depressão.

É fácil confundir ansiedade com depressão. Existem situações, no âmbito das perturbações mentais, em que ambas se parecem sobrepor ou até mesmo coexistir. Noutros casos, uma pode ser produto de outra – muitas vezes a depressão surge de casos graves de ansiedade crónica. Ainda assim, são problemas de saúde mental diferentes. O diagnóstico correto é essencial de forma a poder proceder-se ao tratamento e à recuperação adequada.

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O que é a ansiedade?

A ansiedade pode manifestar-se através de sintomas físicos e psicológicos. É normalmente caracterizada por uma preocupação excessiva face a uma situação futura. Não se vive bem o presente, sempre com inquietação pelo futuro. Quando controlada, é uma reação natural do organismo a possíveis ameaças, que permite que nos mantenhamos alerta para qualquer perigo que possa surgir.

No entanto, por vezes a ansiedade apresenta-se de forma intensa, prolongada e sem causa aparente. Nestes casos, as pessoas tendem a isolar-se e a evitar quaisquer situações que considerem perigosas, mesmo quando não o são.

A ansiedade pode ser generalizada ou manifestar-se em situações específicas, como:

  • Ataques de pânico
  • Perturbações obsessivo-compulsivas
  • Agorafobia
  • Ansiedade social
  • Stress pós-traumático

E o que é a depressão?

A tristeza, tal como a ansiedade, é uma reação natural a certas experiências, tendendo a ser ultrapassada após um determinado período de tempo. O sentimento de tristeza pode, contudo, prolongar-se mais tempo do que o habitual, tornando-se um problema crónico e incapacitante que afeta as várias esferas da vida da pessoa que dela sofre.

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Diferente de preocupação ou receio de situações futuras, a depressão é caracterizada por este sentimento de tristeza crónica. Existem vários fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento:

  • Predisposição familiar
  • Acontecimentos desagradáveis ou traumáticos (situações de perda, separação, luto ou tragédia)
  • Personalidades mais introvertidas

As mulheres, assim como os indivíduos com excesso de peso, baixa autoestima, vítimas de violência ou de outros acontecimentos perturbadores, têm também uma maior predisposição para desenvolver depressão. No entanto, esta também pode surgir sem motivo aparente ou no decorrer de um problema prévio de ansiedade.

Sinais de alarme

Tanto a ansiedade como a depressão apresentam vários sintomas a nível físico e psicológico. No entanto, por serem doenças do foro psiquiátrico e se desenvolverem de uma forma gradual, podem ser de difícil diagnóstico.

Algumas manifestações possíveis de ansiedade:

  • Sensação injustificada de medo ou pânico
  • Problemas de concentração
  • Irritabilidade
  • Insónias
  • Dificuldade em respirar
  • Palpitações
  • Boca seca
  • Náuseas
  • Tensão muscular
  • Tonturas

 A depressão, por sua vez, tende a provocar menos sintomas físicos. Eis alguns dos clássicos sinais de depressão:

  • Sensação persistente de tristeza
  • Menor interesse por atividades do quotidiano, mesmo que antes fossem prazerosas
  • Sensação de culpa ou falta de esperança para o futuro
  • Fadiga crónica
  • Insónias ou hipersónia (dormir em demasia)
  • Variações abruptas de peso
  • Alterações ao nível da cognição (memória, concentração e raciocínio)
  • Diminuição da autoestima e da autoconfiança

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Atenção! Tanto a ansiedade como a depressão podem fragilizar e afetar severamente a qualidade de vida. Caso reconheça em si ou em alguém que lhe seja próximo alguns dos sintomas mencionados, procure ajuda.

Por: Drª Marisa Marques

Aleitamento materno e saúde mental

Agosto 6, 2020 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião, Saúde Por barcelosnahorabarcelosnahora
Marisa Marques

Atualmente, sabemos que gravidez constitui um período que é geralmente vivido com grande emoção, contudo, os sentimentos podem tornar-se ambivalentes e contraditórios: por um lado, o encantamento e as expectativas positivas, e, por outro lado, a insegurança e o medo. Desta forma, a gravidez constitui, muitas vezes, uma fase crítica e vulnerável para a saúde psicológica da grávida, do bebé e do casal parental.



De acordo com o Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), entre 14 a 23% das mulheres demonstram sintomas de depressão durante a gravidez, e esta perturbação tem uma elevada probabilidade de persistir após o parto, caso não seja prontamente diagnosticada e tratada. A Depressão na gravidez e/ou no pós-parto é uma doença que pode e deve ser tratada. A procura de ajuda e apoio constitui o primeiro passo para que a depressão seja tratada eficazmente.

Agosto é o Mês Nacional de Amamentação. Este mês também inclui a Semana Mundial da Amamentação, de 1 a 7 de agosto. Os especialistas compartilham informações sobre aleitamento materno e saúde mental.

Com o parto e o nascimento do bebé surge um conjunto de novas transformações e mudanças físicas, psicológicas e sociais na mãe e no bebé. Todas estas novas transformações podem interferir com o bem-estar emocional da mãe, influenciando a sua relação com o bebé.

Por sua vez, a necessidade de adaptação aos ritmos do bebé, como por exemplo a AMAMENTAÇÃO, pode conduzir ao aumento dos níveis de fadiga e de desgaste emocional em ambos os pais, exigindo ao casal parental constantes reorganizações e adaptações, assim como uma preparação psicológica para as novas experiências que surgem agora.

Pelo que para as recém-mamãs, uma decisão importante é a de amamentar ou não. O que muitas mães não sabem é o impacto que a amamentação pode ter na saúde mental, bem como na saúde física da mãe e do bebê.

Em que uma mãe cansada (e talvez propensa a depressão pós-parto) não precisa de pressão extra. Para algumas mulheres, a amamentação é um momento exaustivo e doloroso. Onde a alimentação do bebé pode não ser um tempo de ligação e afeto. E sim, um período em que o filho a mantém acordada a noite toda e onde a mãe pode se sentir sufocada. Ao estabelecer esse tipo de relacionamento com o bebê é mais provável que crie uma ligação nociva ao invés do que seria esperado.

A amamentação tem um impacto na saúde mental de uma mulher. Amamentar e cuidar de um recém-nascido geralmente exige muita energia e dedicação. Absorvendo recursos físicos e mentais, muitas vezes até o ponto de deixar a mulher mais sensível e irritada, bem como a privação de sono, mudanças hormonais, criando o cenário perfeito para o aparecimento e desenvolvimento da depressão pós-parto.

Embora a amamentação seja idealmente a melhor opção, alguns especialistas concordam que podem haver desvantagens ao cobrar da mãe uma obrigatoriedade com relação ao aleitamento materno.

No entanto, nesta situação pandémica e como nas Crianças, Adolescentes e Adultos, também nas grávidas e recém-mamãs, e respetivos bebés, o impacto da COVID-19 na saúde mental é bastante preocupante. Uma em cada cinco mulheres sofre de perturbações mentais na gravidez ou durante o primeiro ano de vida do bebé.  Pelo que alerto para a importância, apoio e a ajuda dos profissionais de saúde, psicólogos e pediatras são essenciais para que as mães consigam ultrapassar esta etapa.

Em caso de dúvidas, a orientação de um psicólogo especializado em mães, puerpério e bebés pode ser importante. Se você está triste e sentindo-se culpada por não conseguir amamentar, agende a sua Consulta de Grávida ou a sua consulta de Acompanhamento Psicológico no Período Pós-Parto e cuide do seu lado emocional.

Serviços de Psicologia Clínica e da Saúde para Grávidas, Pais e Bebés/Crianças

Por: Dr.ª Marisa Marques* (OPP. 21210) – Psicóloga Clínica e da Saúde

(Consultório Privado Arcozelo-Barcelos, Hospital Trofa Barcelos, Hospital Trofa Braga Norte)

Fotos: DR.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

Depressão: uma doença silenciosa e fatal

Julho 10, 2020 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião, Saúde Por barcelosnahorabarcelosnahora
Marisa Marques

A depressão consiste numa perturbação mental muito comum no ser humano e caracteriza-se por ser uma perturbação emocional persistente que afeta negativamente a forma como a pessoa se sente, pensa e age. Provocando, por sua vez, sentimentos de tristeza e/ou perda de interesse, nomeadamente, nas atividades habituais do quotidiano e diminui de forma significativa a capacidade funcional da pessoa, quer ao nível profissional, quer ao nível social.



No contexto atual, a existência do vírus COVID-19 constituiu uma ameaça para a saúde, quer a nível físico como psicológico, considerando-se urgente e emergente, uma atitude.

De fato, estamos a viver uma situação de instabilidade emocional significativa, em que os sentimentos de angústia, tristeza, depressão, raiva, medo, bem como, outras alterações, dominarão o nosso dia a dia. Como consequência, prevê-se que haverá uma forte tendência a desvalorizar a sintomatologia depressiva, uma vez que a mesma poderá uma forte tendência a ser confundida com a tristeza e esgotamento, o que dificultará que a depressão seja diagnosticada.

A depressão é o “trilho” doloroso que induz a um sofrimento intenso, conduzindo, em casos extremos, ao suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, cerca de 300 milhões de pessoas tinham diagnóstico de depressão, sendo, por isso, classificada como uma das principais causas de morte. Em Portugal, a realidade não é diferente da restante situação mundial, estima-se que haja cerca de um quinto da população (22,9%) com sintomatologia depressiva.

Atualmente sabe-se que a depressão é considerada a doença que mais contribui para as mortes por suicídio, com um índice bastante elevado, falamos de 800 mil situações por ano em todo o mundo. Apesar de ainda ser um assunto tabu da nossa sociedade, o suicídio encontra-se entre as 10 principais causas de morte em Portugal e em todo o mundo. No nosso país, anualmente, suicidam-se cerca de 1000 pessoas, no entanto, desde o início da pandemia, o número de suicídios tem aumentado drasticamente, assunto que está nas primeiras páginas dos noticiários, tal como os números de infetados por COVID-19.

No entanto, é mais fácil olhar para o lado e mascarar esta realidade, do que nos comprometermos.

Todos temos o dever de estar alertados e informados sobre a depressão e as suas consequências para unir esforços e ajudar quem se encontra em sofrimento, por isso, todas as atitudes são preciosas quando se suspeita que alguém possa estar depressivo e com pensamentos suicidas.

O importante, numa primeira fase, é tentar entender o que está a acontecer e quais os sentimentos associados. Não tenha medo de perguntar à pessoa porque se sente triste, deprimida e se está a pensar em suicídio (desistir de algo). Sendo que é improvável, para não dizer impossível, que a depressão passe por si só, torna-se fundamental que o primeiro passo seja aceitar que precisamos de ajuda e, consequentemente, procurar ajuda dos profissionais de saúde mental (Psicólogos e Psiquiatras).

A depressão, tal como as doenças físicas, precisa de ser tratada. Em todos os casos, o recurso à psicoterapia é fundamental e, em casos mais específicos, deve-se complementar o tratamento com a utilização de psicotrópicos.

Lembre-se que a grande maioria das pessoas deprimidas melhora substancialmente com um tratamento apropriado. De uma forma geral, os quadros depressivos de intensidade moderada a grave são tratáveis com a conjugação da Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e a Medicação. Sendo que em casos ligeiros serão intervencionados com Psicoterapia Cognitivo-Comportamental.

Reforço o alerta: se conhecerem alguém que possa ter uma perturbação de humor, o mais importante a ser feito é aconselhar-lhe a procurar ajuda. Não devemos minimizar a depressão, antes pelo contrário, devemos ser ativos na procura de uma resposta.

A Saúde Mental é um assunto sério: Sem Saúde Mental Não Há Saúde.

Por: Marisa Marques* (Psicóloga Clínica e da Saúde).

Imagens: DR.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

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