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Diogo Dias Reis

Bom senso, o que falta a Portugal!

Fevereiro 6, 2021 em Atualidade, Concelho, Opinião, Política Por barcelosnahorabarcelosnahora
Diogo Dias Reis

A noite das eleições presidenciais foi para muitos motivo de sobressalto. O que se esquecem é das razões que levaram àquele resultado e quase como que num compasso de magia querem atribuir culpas aos portugueses como que sejam todo irresponsáveis, fascistas, extremistas. O que sabemos
bem, não ser verdade. O que devíamos perguntar-nos é o que leva quase 500 mil eleitores a votar num partido como o Chega!


Durante anos Portugal conviveu com a extrema-esquerda que como é sabido pela história dizimou milhões de pessoas pelo mundo. E agora há um problema, não se consegue conviver com um partido de extrema-direita. Que fique claro, não gosto de extremos. Sejam de direita ou de esquerda.
E farei com o Chega o que toda a vida fiz com o Bloco de Esquerda e com o Partido Comunista Português, combatê-los-ei democraticamente com propostas e com ideias.
Atribuir a todos os eleitores que votam na extrema-esquerda a ideia de que são comunistas e totalitários e que apoiam a Coreia do Norte e a Venezuela é tão errado como atribuir a todos os eleitores que votam na extrema-direita a ideia de que são fascistas e nazistas e que apoiam a Alemanha Nazista de Hitler. O que importava mesmo perceber são as causas. O que leva um cidadão a votar nestes partidos. E isso, verdadeiramente ninguém quer fazer. Dá trabalho e chegariam à conclusão de que a culpa está nos partidos chamados do “sistema” cujas sobrevivências passam por depender do Estado e de terem na mão a máquina da função pública. É isso que dá
verdadeiramente votos e leva a que Portugal não saia deste marasmo em que vive desde o 25 de Abril de 1974.
Portugal nunca evoluiu a velocidade única, há vários “portugais” dentro de Portugal. Há um Portugal do interior e do Norte esquecido e abandonado. Não foi à toa que o candidato do “bom senso”, Vitorino Silva, disse no debate com o candidato e presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que
não se importaria de mudar o Palácio de Belém para Mogadouro, Sabugal, Vila Verde, Lousada, Penafiel, Ponte de Lima, Serra D’El Rei, Aljustrel ou outros, o que na verdade este candidato estava a dizer é que Portugal precisa de evoluir e de temos de parar de olhar Portugal numa bitola Lisboa –Porto, é que Portugal, efetivamente não é só isso e há mais para além disso, mas para muitos parece que o carro ou o comboio só vai mesmo de Lisboa ao Porto.
O que leva milhares de portugueses a votar no extremismo não são propostas reais para o país que muitos deles nem conhecem os programas eleitorais ou o que verdadeiramente propõem ao país. O que os leva a votar nestes partidos são frases bonitas que estes gritam nas televisões e que os órgãos de comunicação social dão ênfase quase muitas vezes sem discriminar o que estes querem dizer.

Dentro do Portugal dos doutores e dos engenheiros, há o Portugal da maioria dos cidadãos portugueses, o Portugal do agricultor, do pescador, do vinicultor, do comerciante ambulante, do ardina, do actor, do músico, do eletricista, do canalizador, da doméstica, da funcionária das limpezas, do construtor civil, do empreiteiro, do bombeiro, do polícia, do auxiliar de ação educativa, do auxiliar médico, do cantoneiro, do varredor. E estes não vivem dentro das máquinas do sistema, não são muitas vezes, formados com ensino superior e nunca terão oportunidade de ter um bom emprego, um bom carro, uma boa casa e, o seu maior sonho, proporcionar uma vida com condições para os seus filhos. É este o sonho de qualquer pai e mãe. Era também este o sonho dos homens e mulheres que lutaram pelo fim da ditadura que existia antes do 25 de Abril. O que nos leva a concluir que 46 anos depois do 25 de Abril de 1974 continua tudo mais ou menos igual.
Saímos foi da ditadura e entrámos numa suposta democracia, mas que na verdade não permite a muitos portugueses se permitirem a sonhar com um amanhã melhor.
O Portugal do salário mínimo nacional de pouco mais de 600€, o Portugal dos que como os meus pais se levantam todos os dias às 5h da madrugada para que não nos falte nada em casa, o Portugal dos que levam uma vida a trabalhar para acabarem com uma reforma de pouco mais de 200€, o
Portugal dos jovens que estudam uma vida e acabam a ganhar pouco mais do que o ordenado mínimo nacional, o Portugal dos que nunca conseguiram e não conseguirão ter casa própria mas que trabalham arduamente para isso, o Portugal dos que vivem do campo com a mísera ajuda do Estado, o Portugal dos que vivem do gado, o Portugal dos esquecidos e abandonados. É este Portugal que não tem acesso aos milhões da máquina do Estado que votam no extremismo.
Felizmente, temos ainda uma franja da população responsável e que não vota no extremismo.
Procura, como eu, votar em partidos de bom senso, com propostas exequíveis, que ofereçam algo diferente a Portugal. Mas que infelizmente sai sempre derrotado nas eleições pelas grandes máquinas bem oleadas, cujas motivações não é o bem estar dos portugueses ou a melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos, antes as negociatas que os irão favorecer ou dos milhões que os amigos podem ajudar a ganhar. Infelizmente é este Portugal que parece que estamos condenados. O Portugal do fracasso, dos negócios, do nepotismo, dos favoritismos. Mas até quando? Até quando
vai Portugal aguentar este caminho? É por isso que digo que o que falta a Portugal, é bom senso.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)

Por: Diogo Dias Reis* (Vogal da Direção Política Nacional do Partido RIR – Reagir Incluir Reciclar).

Foto: DR

“Voto, a arma em Democracia!”

Janeiro 22, 2021 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião, Política Por barcelosnahorabarcelosnahora

Desde pequeno que ouvia as minhas avós e os meus pais a falar da festa da Democracia. Em todos os actos eleitorais, por serem ao Domingo, acordávamos, vestíamos o melhor traje, íamos à Missa e depois lá acompanhava a minha avó materna e os meus pais até à Assembleia de voto.

Votar mais que um direito aqui por casa sempre foi um dever. A minha família não é muito dada à politica, mas nunca falharam o acto eleitoral. E sempre me disseram que não votar é permitir que outros decidam por nós e isso é o mesmo que nos anularmos em Democracia.

No próximo Domingo, 24 de Janeiro, Portugal vai a votos. E vamos eleger o mais alto cargo da Nação. Ao contrário de outros países, Portugal, não tem um sistema Presidencialista. E por isso as funções do maior Magistrado da Nação passa muito pela palavra, pela mensagem. Pelo mensageiro da voz do povo que tanto quanto possa, procurará ser. Neste acto eleitoral, temos seis candidatos, um figurante e um erro administrativo.

Se não fosse sério, seria para rir. A começar pelo erro administrativo, temos um candidato que reuniu 11 das 7500 assinaturas necessárias e aparecerá no boletim de voto. Independentemente das razões, não faz sentido absolutamente nenhum estar no boletim de voto um cidadão que não reúne as condições para estar lá.

Depois temos o figurante, o Presidente e candidato, Marcelo Rebelo de Sousa. Chamo-lhe figurante porque não demonstrou ter o mínimo de respeito pelo acto eleitoral, não apresentou programa eleitoral, dispensou os tempos de antena nas televisões e nas rádios e não cancelou as ações de campanha programadas. Não há, no meu entender maior desrespeito aos cidadãos, aos profissionais de saúde e à Democracia.

Dos restantes seis candidatos, apenas um, Vitorino Silva, demonstrou respeitar a Democracia e os cidadãos portugueses. Foi o único que até ao momento em que escrevo este texto cancelou toda a agenda de campanha eleitoral e está na sua casa a trabalhar através das plataformas digitais. E, numa altura, em que o digital tem tanta importância e atravessamos o pior momento das nossas vidas em termos de saúde pública, não seria de todos os candidatos assumirem as mesmas preocupações e terem optado pelo mesmo método? Já para não falar que foi o único candidato que aquando da apresentação da sua candidatura em Setembro de 2020 pediu o adiamento das eleições presidenciais para depois de Março. Se não houvesse mais razões para votar no candidato Vitorino Silva, estavam aqui razões suficientes para votar nele. Mas há mais. Vitorino Silva, é aquilo que a meu entender deve ser o Mensageiro Maior da Nação. Vitorino Silva, é a voz dos que trabalham, dos que acordam madrugada para que não falte o pão em casa, é a voz dos empresários que não têm impérios e que já não sabem o que fazer perante a pandemia, é a voz dos que vivem e trabalham do campo, é a voz do povo, o homem e mulher sérios, humildes e de trabalho que todos os dias anseiam um amanhã melhor. Mas é também a voz dos jovens, dos que como eu, estudam, crescem a sonhar com o futuro e que, quando acabam o seu curso, ou tentam acabá-lo, sabem que o amanhã que os espera é 600€ de ordenado, viver na casa dos pais e uma vida sem horizontes. E isto não é o futuro que eu quero. Isto não é o país que quero.

Bem sei que, não cabe ao Presidente da República, tomar decisões para mudar isto, é competência legislativa, mas também sei que a magistratura de influências é uma das suas funções e, obviamente, tenho neste candidato a esperança a que a exerça para mudar o meu futuro, o dos jovens como eu, o dos idosos abandonados e com uma mísera reforma e dos que todos os dias se levantam madrugada dentro à espera de uma vida melhor. E com estes ditos do sistema e todos os que se apresentam, já vimos o que nos espera.

Por tudo isto, apelo a que no dia 24 de Janeiro, no próximo Domingo, o voto de descontentamento, de protesto moderado, de esperança e de confiança, seja no Vitorino Silva. Termino como comecei, a falar da festa da Democracia e por isso, apelo a que todos os que estejam doentes, respeitem as normas da DGS e fiquem em casa, não saiam para votar. E em nome desta Democracia doente que não foi capaz de introduzir por exemplo, o voto eletrónico, peço desculpa. Mas a todos os que estão cansados deste sistema, a todos os que não estão doentes, a todos os que estão revoltados com tudo o que se está a passar, mas que não querem cair nos extremismos e defendem a Democracia, votem. Seja no meu candidato ou noutro, mas votem. Custou tanto a muitos para que hoje possamos simplesmente desperdiçar esta oportunidade. Pois o voto, é a única arma em Democracia. Por mim, por ti, por si, por nós, votem! Viva a Democracia!

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)

Por: Diogo Dias Reis* (Vogal da Direção Política Nacional do Partido RIR – Reagir Incluir Reciclar).

Foto: DR

A inspiração de Francisco Sá Carneiro nos Jovens

Dezembro 4, 2020 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião, Política Por barcelosnahorabarcelosnahora
Diogo Dias Reis

Nove anos depois da tragédia de Camarate, que vitimou o Primeiro-ministro e o Ministro da defesa da altura, nascia eu. Não o conheci, mas cedo comecei a admirá-lo. Cresci com os meus pais a falarem do “Caso Camarate”. A minha mãe, que na altura tinha 17 anos, vivia precisamente no Bairro de Angola, em Camarate, não viu acontecer o acidente, mas viu o fumo no ar e toda a confusão que rapidamente se instalou ali. Nunca Camarate tinha sido tão famoso e, nunca mais voltou a sê-lo. Infelizmente, a razão não foi a melhor.



Nesse infortúnio de 4 de dezembro de 1980, o país ficou em choque, assistindo, incrédulo, à morte prematura e inesperada de sete pessoas. O Primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, a sua companheira, Snu Abecassis, o ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, Maria Manuela, sua mulher, António Patrício Gouveia, chefe de gabinete de Sá Carneiro, e os dois pilotos do Cessna.

Neste dia, não morria apenas o Primeiro-ministro, morria também uma história de amor e a inspiração aos democratas portugueses. O amor entre um homem bom, sério e justo e uma mulher culta e suave, como tantos a apelidam. Sá Carneiro era casado, bem como Snu Abecassis.

Snu, de origem dinamarquesa e casada com Vasco Abecassis, vem viver para Portugal nos anos 60 quando decide fundar as Publicações Dom Quixote.

Depois do 25 de Abril de 1974, Snu, decide que é importante dar a conhecer aos portugueses o pensamento dos seus novos lideres. Edita livros de Mário Soares, de Álvaro Cunhal e de Francisco Sá Carneiro.

Conheceram-se a 6 de janeiro de 1976 e, desde então, telefonavam-se e combinavam encontrar-se. Quem os conheceu, diz que foi amor desde o primeiro momento.

Francisco Sá Carneiro teve um papel determinante no 25 de Novembro de 1975, que a par de Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral, homens da política, já todos desaparecidos, mas também do General Ramalho Eanes, de Jaime Neves e de Salgueiro Maia, travaram o radicalismo de esquerda que mergulhava Portugal no pós 25 de abril de 74.

Sá Carneiro, além da sua ação politica, que é visto como um homem conciliador e catalisador, fica também conhecido pela história de amor, controversa, mas ao mesmo tempo, intensa, apaixonada que viveu com Snu, rompendo com os cânones de uma sociedade preconceituosa.

Cresci a ouvir falar de Francisco Sá Carneiro, como o exemplo da social-democracia que tanta falta faz a Portugal. Um homem bom que olhava para as questões sociais com preocupação e que, ao contrário do que hoje se pratica, no lugar de dar o peixe, dava a cana e ensinava a pescar.

E hoje, 40 anos após a sua morte, Portugal atravessa uma crise inigualável, que para lá da pandemia que vivemos e da crise económica do passado, vive, há muito, uma crise de valores. O respeito pela democracia e pelos cidadãos foi, há muito, posto em causa e esquecido. Hoje, procura-se viver em nome das ambições pessoais, quando deveríamos procurar viver em nome da democracia e de um Portugal melhor. 

Faz hoje 40 anos que Portugal viu ser assassinado o seu Primeiro-ministro. Oficialmente, pela Justiça, nunca houve provas para conseguir acusar alguém. Pela política, nas várias comissões que existiram, havia margem para levar avante um processo judicial. Mas pela opinião pública, essa, fez há muito o seu julgamento, Francisco Sá Carneiro fora assassinado naquele dia.

Francisco Sá Carneiro era um homem de paixões. Tinha três que não poderemos esquecer: o amor a Portugal e o seu importante contributo na construção de uma Democracia estável e segura; o amor pela política e pelo Partido Popular Democrático; e claro, a sua grande paixão por Snu Abecassis. Era um homem bom e como todos os homens bons, fazia sombra aos poderosos.

Acredito que se tivesse vivido mais anos e que se tivesse tido oportunidade, Portugal, seria hoje um país diferente. E eu teria sido militante do PPD.

Obrigado Francisco, pelo seu contributo que hoje me permite livremente escrever este texto.

Por: Diogo Dias Reis* (Vogal da Direção Política Nacional do Partido RIR – Reagir Incluir Reciclar).

Foto: DR.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)

A pão e água ou morrer à fome

Dezembro 4, 2020 em Atualidade, Economia, Mundo, Opinião, Política Por barcelosnahorabarcelosnahora
Diogo Dias Reis

Por estes dias, temos assistido a um espetáculo deprimente que nos chega pelos órgãos de comunicação social. Um movimento constituído por cidadãos, empresários, do nosso país, depois de terem convocado vários eventos em diversos locais de Portugal, resolveram entrar em greve de fome e acampar à porta da Assembleia da República.



Não obstante de quem possa ter razão, é meu entender que num momento excecional como o que estamos a viver, de pandemia mundial, com prejuízos socioeconómicos devastadores como não há memória, deva este movimento ser ouvido pelas entidades governamentais.

O jogo do empurra que temos assistido nos últimos dias é dispensável. Atravessamos uma crise de saúde pública, com uma pandemia a nível mundial que todos os dias aumenta, que vitima muitos dos nossos entes queridos. Que desde março, em Portugal, nos impede de viver com toda a legitimidade de liberdade que nos é devida, que nos impede de estar com a família, com os nossos amigos, de festejar aniversários, celebrar a nossa fé, marcar presença em eventos públicos, é, pois, por tudo isto, que entendo ser um gesto de humanidade, solidariedade e fraternidade que estes possam, e devam, ser chamados a audiência com as mais altas patentes da governação em Portugal.

A decisão de serem praticamente ignorados pelo Primeiro-ministro, António Costa, bem como pelo Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, não é, de todo, inocente e visa criar um sentimento de julgamento e de condenação na sociedade portuguesa. Criar uma espécie de cisão de “nós contra eles” e, assim, ao olhar dos portugueses, enfraquecer este movimento e, por conseguinte, os empresários que o compõem. O que seria, de todo, evitável num momento tão difícil como o que estamos a viver.

Se é verdade que, no passado, todos eles foram pró-ativos em encerrar os seus estabelecimentos, ainda antes das obrigatoriedades impostas pelo governo, não é menos verdade que foi isso, a par das medidas adotadas de forma quase generalizada pela população portuguesa, que evitou a sobrelotação do SNS (Serviço Nacional de Saúde) e, por isso, quase que se falava no “milagre” português.

Importa relembrar que este movimento, embora tenha como um dos rostos mais mediáticos, o Chef Ljubomir Stanisic, é composto por mais elementos. Alguns deles, empresários da noite, bares e discotecas, que estão impedidos, por lei, de abrir os seus estabelecimentos para a finalidade a que se destinam. Se no período após o Estado de Emergência, no vulgo desconfinamento, o setor da restauração pôde abrir a lotação reduzida e até às 23 horas e, mais tarde, até às 01 horas, o setor da noite não podia fazê-lo. Ainda assim, é de salutar e de agradecer a forma ágil e célere como muitos destes estabelecimentos se readaptaram por forma a servir refeições quando a sua finalidade é servir de palco às mais loucas noites do nosso país.

Não posso terminar, sem deixar, ainda, um último apontamento, e este refere-se aos apoios que o Estado diz que deu ou que vai dar a estes e outros setores. Sabemos que este governo é perentório em fazer anúncios. Sabemos, porque estamos desde março a ouvir falar da “bazuca” da União Europeia, das ajudas aos pequenos e médios empresários e do famoso lay-off. Convém também relembrar que uma parte do lay-off é assegurada por estes empresários, já para não falar de que, para terem acesso aos apoios do Estado, têm que assegurar, na sua totalidade, os postos de trabalho. Apoios estes, que, na sua maioria, ainda não chegaram ao bolso destes empresários.

É verdade que o Estado tem uma máquina burocrática muito pesada. Mas também é verdade que não há vontade de agilizar processos. Se fosse para favorecer algum amigo, sabemos bem que se aplicaria um ajuste-direto e estaria resolvido. Devemos todos ter na memória o famoso caso das golas antifumo.

Assim, temos uma crise de saúde pública, a maior crise económica e social e um estado que parece preferir que do movimento “a pão e água” passe ao movimento “morrer à fome”. O que não seria se esta greve de fome se passasse em 2012 com o Governo de Pedro Passos Coelho, de elitista a xenófobo, não faltaria o que lhe chamassem.

Num momento de crispação da sociedade portuguesa, de cansaço generalizado, a iniciar-se a época de maior harmonia para nós, católicos, mas também para a sociedade civil, reunir com este movimento é, antes de tudo, um gesto de humanismo.

Por: Diogo Dias Reis* (Vogal da Direção Política Nacional do Partido RIR – Reagir Incluir Reciclar).

Foto: Frame de vídeo (SIC NOTÍCIAS).

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)

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