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Insucesso Escolar (Parte II)

Junho 24, 2018 em Atualidade, Concelho, Educação, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

No artigo anterior, deixámos duas questões em aberto, que vamos tentar responder neste artigo:

A questão do insucesso escolar, a partir de certa altura, passou a ser um problema social e não individual, sendo vários os sistemas e subsistemas que influenciam esta problemática.



Partindo das múltiplas causas que estão na base do insucesso escolar, é de todo impossível isolá-las, uma vez que se trata de um processo interligado entre vários agentes educativos, desde os alunos, as famílias, os professores, a escola, o sistema educativo e a própria sociedade.

Estudos comprovam que, em famílias mais carenciadas, a probabilidade de os alunos apresentarem níveis de desmotivação escolar é superior. Quer por questões relacionadas com o apoio familiar que estes jovens, em idade escolar, se vêm obrigados a prestar à sua família, quer por um conjunto de outras questões que os acaba por afastar do seu percurso escolar.

Contudo, a importância da vida escolar e a sua obrigatoriedade é, cada vez mais, uma preocupação dos Governos. A abrangência desta informação deve, por isso, chegar a todos, incentivando as famílias mais carenciadas para o valor da formação/educação, como um veículo para a vida profissional dos seus filhos.

A causa económica poderá ser, de facto, um entrave, mas não uma justificação.

Nos dias de hoje, são vários os apoios escolares, através de subsídios a nível nacional e local. Todavia, nesta questão, levanta-se um outro problema, o rendimento escolar. Uma vez que, na maioria das vezes, estes subsídios são atribuídos em função do sucesso do aluno. É assim, neste campo, que a Escola e os seus agentes educativos assumem um papel de extrema importância. A Escola deve, assim, oferecer um programa educativo apelativo, que motive o aluno, através de aprendizagens mais informais e lúdicas, envolvendo a família em todas as atividades letivas.

Não é de todo fácil identificar as causas do insucesso escolar e não há uma receita única para o combater, pois cada aluno é um ser único, com características e personalidades diferentes, inseridos em contextos tão diferenciados. Claro que a partir desta realidade, já percebemos que se trata de uma situação bastante complexa, com um grau de dificuldade exigente para os diferentes intervenientes. Todavia, conhecemos projetos educativos a nível nacional que já provaram que é possível minimizar o insucesso escolar e, por sua vez, o seu precoce abandono.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

O Insucesso Escolar (Parte I)

Abril 29, 2018 em Atualidade, Concelho, Cultura, Educação, Mundo, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

O insucesso escolar é um fenómeno educativo que preocupa, cada vez mais, a nossa sociedade.

Desde os alunos, aos familiares e aos educadores, apesar das várias reformas educacionais implementadas pelos sucessivos governos, no combate ao insucesso escolar, a verdade é que em Portugal assiste-se a uma elevada taxa de insucesso, que afeta o percurso do indivíduo ao longo de toda a sua vida.



Durante vários anos, esta problemática esteve relacionada com a situação económica das famílias, nas quais as mais abastadas tinham um acesso facilitado ao sistema educativo, criando assim, um enorme estigma na desigualdade do acesso à educação.

Hoje, embora este fator não seja uma condicionante ao acesso à educação, a verdade é que ele ainda persiste e, de certa forma, é um dos maiores veículos para a exclusão social.

Muitos são os fatores que estão na causa do insucesso escolar, oriundos das mais diversas esferas da sociedade, sendo elas de origem social, cultural e política.

Dentro dessas causas identificam-se, por exemplo, a cultura organizacional das escolas, nomeadamente na implementação das práticas pedagógicas, por vezes, pouco apelativas para determinados alunos; currículos desadequados aos interesses dos alunos, muito extensos e estáticos; a interação e o relacionamento nas salas de aulas entre o aluno e professor; os problemas familiares associados, muitas vezes, à indisponibilidade das famílias para acompanhar os seus filhos nas suas aprendizagens.

Será que um dos fatores que pode estar na base do insucesso escolar está relacionado com a classe social dos pais?

Será que existe uma receita única para combater o baixo rendimento escolar?

Por: Dr.ª. Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

O Processo de Bolonha no Ensino Superior

Março 17, 2018 em Atualidade, Concelho, Cultura, Educação, Mundo, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

Nas últimas décadas, os países da União Europeia, nomeadamente Portugal, têm vindo a apostar numa educação de excelência com reflexo ao nível da formação e da empregabilidade. Falamos do desafio que as Instituições de Ensino Superior sofreram com base na Declaração de Bolonha.



Esta reforma do ensino superior tem como objetivo principal, a criação de um espaço europeu que suprima as desigualdades de acesso e a frequência do ensino nos países signatários. Uma vez mais, estamos perante uma agenda política europeia no setor educativo. Com o intuito da uniformização das políticas educativas no ensino superior, todas estas mudanças visam tornar este nível de ensino cada vez mais atrativo e competitivo, promovendo a mobilidade dos estudantes e criando um sistema que facilite a legibilidade dos graus académicos.

Com o Processo de Bolonha, foram criadas condições para que a maioria da população portuguesa aceda ao ensino superior. Este deixou de ser um espaço privilegiado dos cidadãos com estatuto social elevado, para abranger estudantes dos mais variados status sociais.

Em Portugal, verifica-se uma procura elevada por parte dos cidadãos aos cursos superiores. Para aquisição de novos conhecimentos, ou como impulsionador de inclusão social, o ensino superior no nosso país carece de uma grande importância social, económica e cultural. Todavia, apesar de todos os esforços governamentais e institucionais das reformas estruturais e funcionais dos cursos de ensino superior, verificamos que ainda existem muitos cursos desajustados ao mercado de trabalho, muitos agentes educativos que ainda estão ligados às práticas pedagógicas tradicionais, permanecendo como meros transmissores do conhecimento. Este novo paradigma pressupõe um ensino mais aberto e colaborativo, em que o aluno dever ser o centro do processo de ensino/aprendizagem, um processo construtivo e contínuo, valorizando também, o conhecimento tácito de cada estudante.

Estas alterações estruturais e funcionais do ensino superior acabam por atrair cada vez mais estudantes. Com o processo de Bolonha, a proliferação nacional e europeia dos graus académicos e títulos, veio resolver o problema complexo das equivalências de estabelecimentos entre países, verificando-se assim uma desobstrução dos sistemas nacionais, incentivando a mobilidade estudantil.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco.*

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

As Bibliotecas e a Organização da Informação

Janeiro 21, 2018 em Atualidade, Concelho, Educação, Mundo, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

As Bibliotecas não existem de forma independente da sociedade e das instituições às quais se vinculam. Pelo contrário, estas acompanham as tendências que se verificam na vida social, em especial aquelas relacionadas ao campo do conhecimento e da educação. Neste sentido, estas foram-se especializando à medida que as instituições científicas e educacionais se diferenciaram umas das outras em torno de um objeto, de uma teoria ou de uma prática.



Tradicionalmente, as Bibliotecas de Ensino Superior são direcionadas para atender as necessidades informacionais da comunidade académica, nos seus eixos de ação, ensino, pesquisa e investigação.

O peso atual da sociedade da informação, o aumento das necessidades dos utilizadores, conduzem a um aumento da eficácia e rapidez na recuperação da informação, que obriga à introdução de transformações organizativas na difusão da informação, que, por conseguinte, conduzem a uma obrigatoriedade de implementação de instrumentos de trabalho por parte dos profissionais de informação. Se é verdade que o engenho da introdução das novas tecnologias, veio colocar novos desafios aos profissionais da informação, é igualmente verdade que as suas funções se mantêm inalteráveis.

A explosão da informação nos últimos anos trouxe às bibliotecas portuguesas em geral, e em particular às Bibliotecas de Ensino Superior, alguns problemas de organização e difusão da informação, conduzindo os seus profissionais à tentativa de criação de instrumentos de trabalho e de pesquisa eficientes e capazes de responder às necessidades dos seus utilizadores na recuperação da informação.

No mundo globalizado em que estamos inseridos, destaca-se o papel da informação como elemento necessário e fundamental para a tomada de decisões em qualquer âmbito. Ao mesmo tempo, constata-se a chamada explosão informativa, dificultando o acesso aos documentos, caso não tenham sido adequadamente organizados. Nesse contexto, salienta-se o papel do profissional bibliotecário que irá mediatizar o processo de acesso a essa informação através de procedimentos de organização e representação documental.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

Contextos Educativos (Parte II)

Dezembro 24, 2017 em Atualidade, Concelho, Cultura, Educação, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

Na Antiguidade, as Bibliotecas eram conotadas como sendo espaços sagrados que tinham como finalidade a guarda e conservação dos documentos. Porém, com a transição de uma sociedade pós-industrial para uma sociedade do conhecimento, juntamente com a explosão da informação, as bibliotecas acabaram por se transformar em espaços onde as ideias fluíam e onde se desenvolviam várias competências, como a da literatura e das literacias da informação.



Sendo as Bibliotecas um meio privilegiado de produção e disseminação da informação, reunimos condições para criar espaços de excelência de ensino/aprendizagem como complemento à educação formal. As Bibliotecas podem e devem desempenhar um papel fundamental na promoção da qualidade pedagógica das instituições, capazes de impulsionar mudanças inovadoras nas práticas educativas.

Contudo, não podemos dissociar as Bibliotecas dos projetos educativos, devemos sim pensar em projetos educacionais orientados para esses espaços, assentes numa reflexão entre os diferentes agentes educativos, professores, alunos e encarregados de educação, tornando-as parte integrante e essencial do projeto educativo.

Atualmente, as Bibliotecas transformaram-se em espaços interativos e dinâmicos de acesso livre, munidas de um conjunto de recursos informacionais e tecnológicos, orientados por equipas pluridisciplinares que muito contribuem para o sucesso educativo, para o direito à educação e igualdade de oportunidades dos cidadãos.

Termino aproveitando a época em que nos encontramos para desejar a todos os meus leitores um Santo e Feliz Natal e um Ano 2018 repleto de Boas Leituras e, porque não, congratularmos um amigo ou um familiar com a oferta de um livro!

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

Os contextos de aprendizagem (Parte I)

Novembro 26, 2017 em Atualidade, Concelho, Cultura, Educação, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

Atualmente, fala-se muito da sociedade da informação ou do conhecimento, como preferirmos chamar-lhe. No entanto, é impreterível questionarmo-nos acerca de como podemos garantir a aquisição de novas competências quando a escola deixou de ser o único espaço de transmissão do saber.



É do conhecimento geral que os métodos tradicionais de ensino são considerados, atualmente, ultrapassados, o processo de ensino aprendizagem vai para além da memorização da informação. Hoje, incentiva-se e estimula-se o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo e de competências no acesso à informação. Há, de certo modo, uma preocupação por parte dos profissionais educativos/informativos em formar/preparar o cidadão para a aprendizagem ao longo da vida.

Nesta perspetiva do ensino urge-me falar de um dos espaços que considero privilegiado para a promoção de uma educação mais informal e que oferece diferentes fontes de informação que ajudam a garantir a equidade na educação, sem restrições sociais, culturais e económicas. Esse espaço é a Biblioteca em geral e a Biblioteca Escolar em particular.

Durante muitos anos, a Biblioteca foi considerada um lugar de conhecimento e de acesso restrito; apenas os mais letrados e com status social mais elevado tinham acesso à informação. Muito se devia ao analfabetismo e ao receio pela ascensão à sabedoria, fruto dos regimes políticos mais autoritários e rígidos.

Há muito tempo que a Biblioteca deixou de ser considerada apenas um espaço de armazenamento de livros, um lugar onde eram guardadas as informações registadas pelo homem, para passar a ser reconhecida como um espaço de interação e interdisciplinaridade com os seus reais e potenciais utilizadores.

No ambiente educacional, a Biblioteca é vista como um recurso básico no processo educativo, promovendo e desenvolvendo a literacia informacional, dotando e preparando o futuro cidadão de competências fundamentais na interpretação dessa mesma informação.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

Novo Paradigma Educacional – Novas Tecnologias (Parte III)

Outubro 22, 2017 em Atualidade, Concelho, Educação, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

Como analisámos em edições anteriores, a Internet é, sem sombra de dúvidas, um meio facilitador aos métodos de ensino. Esta permite uma maior flexibilidade e acessibilidade ao contexto educativo. A plataforma Moodle, que muitos já conhecem, é bastante utilizada no contexto do ensino a distância, permitindo uma maior interação com o professor e os participantes de uma determinada unidade curricular, e tudo em tempo real.



A elaboração de materiais de apoio ao aluno, como manuais impressos que se tornam obsoletos, são assim substituídos pelo suporte digital, podendo estar sempre atualizados e disponíveis.

Este novo método pedagógico suscita algumas questões, nomeadamente, no que respeita à nova metodologia de ensino/aprendizagem. Posso afirmar que, agir pedagogicamente nesta metodologia de ensino exige trabalhar motivações, aspirações, desejos e necessidades dos alunos que se confrontam com novos modelos de aprendizagem em ambientes que não lhes são totalmente familiares. O tempo foi passando, a progressão na unidade curricular afigurou-se natural e à minha volta o número de não-esclarecidos foi diminuindo, fruto de muitos “nós no estômago!”

O consenso aparentemente foi estabelecido, mesmo que natural e inerente à condição de ser social e humano, o processo educativo é suscetível de ser melhorado e potenciado com a ajuda de profissionais conscientes, capazes e dotados tecnicamente, assumindo o papel de facilitadores/animadores/gestores, em suma o papel de Educadores.

Neste contexto, o professor aparece com o papel de facilitador da aprendizagem, é importante por isso, que saiba orientar e responsabilizar os seus alunos para os métodos a serem utilizados nas aulas não presenciais; esta metodologia proporciona uma política de participação, em que todos os atores intervenientes participam ativamente nas práticas pedagógicas, o aluno deixa de ter aparentemente uma postura passiva, passando a ter uma postura pró-ativa.

Toda esta dinâmica pedagógica motiva o desenvolvimento do trabalho colaborativo, interativo e construtivo por parte dos grupos. No entanto, posso partilhar com o leitor, que na minha experiência pessoal, assisti a resistências na partilha de conhecimento entre os diferentes grupos. Este fenómeno reflete bem a cultura educativa que está enraizada no nosso percurso escolar e, quando confrontados com novos ambientes de aprendizagem, ainda que inconscientemente, reagimos de forma individualista e não colaborativa na partilha do conhecimento.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

Novo Paradigma Educacional – Novas Tecnologias (Parte II)

Setembro 24, 2017 em Atualidade, Concelho, Educação, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

O ensino à distância, e-learning e b-learning, são práticas cada vez mais presentes nas modalidades de educação escolar, tornando-se numa alternativa válida ao ensino tradicional/presencial, através do diploma enunciado na Lei de Bases do Sistema Educativo Português.



Sabemos que, atualmente, o sistema educativo português utiliza um conjunto diversificado de meios de comunicação, que potenciam uma viragem gradual e progressiva na forma de ensinar e aprender. Mas será que o nosso sistema de educação, conforme se apresenta hoje, está devidamente preparado para desenvolver e implementar estas metodologias nos diferentes níveis de ensino? Será que o e-learning é utilizado de forma a estimular a autoaprendizagem? Será que permite atingir os mesmos resultados que o ensino presencial? Estas são questões que alguns educadores e educandos levantam no momento da avaliação do desempenho do aluno.

É certo que o e-learning é uma modalidade essencial no contexto educativo face às necessidades emergentes da atual sociedade, uma sociedade do conhecimento, da informação e da aprendizagem. Todavia, são muitas as dúvidas e lacunas que se verificam nesta modalidade de ensino.

Questiona-se, por exemplo, se faz sentido a aplicação deste paradigma mais construtivista, nos diferentes níveis de ensino, sendo esta modalidade uma prática que exige maturidade, autodisciplina, uma maior gestão do tempo, uma maior motivação e um maior desempenho comparado com o sistema educativo presencial. Neste contexto, parece-nos que o público privilegiado serão os adultos.

Esta evolução do paradigma educativo tradicional, centrada na sala de aula, para um paradigma onde a construção do saber se produz sem limitações de horário e de espaço físico, é de facto uma prática educativa e de aprendizagem ideal para o adulto, que por motivos profissionais ou geográficos não tem a possibilidade de frequentar o ensino presencial. Trata-se de um domínio da educação em que as novas tecnologias são essenciais na mediatização da transmissão de conteúdos e da relação pedagógica, de forma a ultrapassar as barreiras do espaço e do tempo, entre o professor e o aluno. Esta modalidade de ensino terá um maior impacto no âmbito da formação profissional como meio facilitador do ensino/aprendizagem ao longo da vida.

Reconhece-se que a aprendizagem on-line representa uma mudança paradigmática, não apenas para os alunos, mas também para os professores e restantes técnicos educativos.

No entanto, esta modalidade educativa não rompe com o paradigma tradicional, pelo contrário, assiste-se a uma articulação e complementaridade entre ambos, onde as diferentes realidades e necessidades de qualquer projeto político-educativo devem ser ajustadas.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

Novo Paradigma Educacional – Novas Tecnologias (Parte I)

Agosto 20, 2017 em Atualidade, Concelho, Educação, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

Atualmente, as organizações educativas confrontam-se com uma diversidade de alunos que transportam consigo vivências e necessidades diferentes. É por isso exigido às instituições educativas uma redefinição constante do seu papel e das suas estratégias de intervenção. Os desafios dos novos tempos assim o exigem.



Todos sabemos que as escolas não são, hoje em dia, os únicos contextos de transmissão do conhecimento. Assiste-se a uma inadequação de saberes que os estabelecimentos de ensino transmitem aqueles que a frequentam, já que estes saberes estão em competição com fortíssimos meios de comunicação social, muito aliciantes, e que tornam pouco interessante o sistema educativo existente.

Quando Dewey, em 1990, ao pensar no papel que a escola deveria desempenhar, se referia a ela como protagonista de uma “jornada de esperança”, no que concerne ao processo de esbatimento das desigualdades que imperavam na sociedade, idealizava certamente uma escola diferente, quer no seu conteúdo quer na sua forma, e que acabaria por traduzir performances bastantes distintas daquelas a que hoje assistimos. Perspetiva-se que o Ensino à Distância/E-Learning possa ser um caminho empreendedor que nos levaria à igualdade entre os cidadãos.

E-learning, Ensino à Distância…”Mas afinal o que é isso?”

A utilização do e-learning surge como uma nova forma de aprender mais individualizada, adaptada às necessidades, restrições e responsabilidades de cada formando num dado momento, tornando-os capazes de responder eficazmente aos desafios que terão de enfrentar.

Este novo paradigma, associado às tecnologias da informação e comunicação, proporciona aos indivíduos um nível de flexibilidade considerável de escolha das temáticas, dos momentos e dos métodos de aprendizagem, principalmente através da Internet. Esta é uma visão particularmente relevante para os formandos que tentam conciliar a sua vida profissional e social com a sua progressão e qualificação.

A inclusão das tecnologias em informação e comunicação no processo educacional não garante em si a qualidade, no entanto uma educação de qualidade e contextualizada nos dias de hoje, passa necessariamente pelo uso das tecnologias. É necessário continuar a apostar na qualidade dos cursos em qualquer nível de escolarização, quer sejam num contexto mais tradicional ou num contexto mais inovador.

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

Globalização versus Avaliação da Educação

Julho 23, 2017 em Atualidade, Concelho, Educação, Mundo, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Dr.ª Maria José Amaral Neco

Parte II

No último artigo concluímos que a Educação/Formação tem sofrido enormes mudanças ao nível da qualificação e das competências dos cidadãos, num quadro altamente competitivo e exigente das sociedades globais, no qual o indivíduo tem de ser capaz de gerir a sua própria carteira de competências.

Como se percebe, dos aspetos apontados, estamos perante uma ambiguidade ou ambivalência, isto porque, se por um lado, se pretende afirmar uma educação/formação atualizada e de qualidade, por outro lado, corre-se o risco de se estar a contribuir para a segregação e exclusão social, porque nem todos os sujeitos têm a facilidade de acesso à informação e conhecimento, com o mesmo nível de igualdade.

Uma outra questão na qual se deve refletir, é o modo como se pode avaliar a educação/formação de uma nação, partindo de um sistema de avaliação único, aplicado a vários países, com características próprias, não se tendo em conta as diferenças culturais existentes. Esta realidade, remete-nos para a forma como as agências avaliadoras internacionais lidam com a formação, como se se tratasse de um produto com validade. Neste campo de ação, importa salientar como é qua a formação se projeta do âmbito exclusivo das nações, para a sua progressiva absorção pelos tratados regionais, evoluindo da concertação de uma educação europeia, para uma governação supranacional em crescente afirmação.

Este novo paradigma tem “alimentado” o financiamento da Formação de cada país, sendo esse o fator que tem condicionado o papel dos governos nas políticas educativas/formativas nacionais, uma vez que as políticas são pensadas em termos globais, sem ter em consideração as especificidades de cada nação. De forma a contornar esta tendência será importante que essas políticas comuns sejam modeladas para os contextos específicos. O que não deve ser feito é aplicar as “receitas” das instituições supranacionais, ignorando as diferenças culturais.

Assistimos também, a diferentes dicotomias no campo da formação, dependendo da perspetiva supranacional ou nacional: a regulação / desregulação; culturismo / multiculturalismo; global / local; teoria / prática.




A racionalidade subjacente às políticas educacionais/formativas difundidas pelo neoliberalismo e decorrentes da globalização, traduzem-se numa racionalidade empresarial. Os valores que esta apregoa centram-se na eficiência, como caminho para a competitividade, para a produtividade e para o lucro, como forma de recompensa e de fins a serem auferidos.

Importa questionar que desafios se colocam a Portugal, enquanto país da comunidade europeia, dado os défices / atrasos de educação? Como corrigir este défice tendo em conta os compromissos da estratégia EU 2020?

Por: Dr.ª Maria José Amaral Neco*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

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