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O que nunca te disseram…

Maio 24, 2021 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião, Saúde Por barcelosnahorabarcelosnahora
Cláudia Velez

Na constante busca pela perfeição, vivemos num mundo que não se aceitam falhas. Esforçamo-nos em cada momento em mostrar que somos capazes e esperamos o reconhecimento por cada passo dado. Dia após dia esta ambição se torna a nossa prisão, como se a nossa vida dependesse disso. Ouvimos inúmeras vezes que é com os erros que se aprende, porém, o erro não é tolerável.

Acredito que esta busca pela perfeição se resume na ambição de querermos ser perfeitos connosco e com o mundo, na expectativa de ser aceite, amado e respeitado, ocultando as nossas sombras e fraquezas, para somente mostrar ao mundo as nossas virtudes, não nos permitindo sermos como somos. Mostramos apenas algumas partes de nós, aquelas que consideramos ser aceites aos olhos da sociedade. Sim, porque existe o padrão da sociedade, que é somente a opinião em que todos se baseiam. Contudo, se por acaso fores aquele que não segue o padrão da sociedade, possivelmente serás seguido, porque criaste o teu próprio caminho e não porque seguiste o caminho que não era o teu.

O grande propósito é tomarmos consciência das nossas partes rejeitadas ou reprimidas, que simbolizam a linguagem não reconhecida da personalidade, o que nos leva a passarmos grande parte do nosso tempo a corrigir experiências, criando assim um ideal do ser humano e do mundo, baseado no nosso ego.

Muitas são as pessoas que temem olhar para dentro de si mesmas e o medo levanta muros tão espessos que perdemos a noção de quem realmente somos. É como se andássemos em círculo em busca da perfeição e entrássemos num labirinto procurando a aprovação. Numa tentativa interminável de agradar, o resultado vai ser sempre “quase consegui” e porquê? Porque “quase fui quem não sou”.

Somos feitos de dualidade. Somos seres imperfeitos que vive em busca da perfeição e da aceitação.

É possível sermos perfeitos sem sermos imperfeitos?

É possível ver a luz sem reconhecer a escuridão?

É possível eu reconhecer o que é o bom, sem saber o que é o mau?

Somos humanos e ser humano é ser perfeito com as nossas imperfeições, aceitando e reconhecendo cada parte de nós.

Tendo a coragem de eu ser imperfeita pergunto-vos:

Aceitas as tuas imperfeições ou vives escondendo as tuas “sombras” e a tua máscara da perfeição, tornou-se a tua maior prisão?

“Muda a tua mente, muda o teu corpo”

Especialista em perfis comportamentais, Enfermeira & Terapeuta em saúde integrativa e sistémica

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

Imagem: DR

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