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EUA

O lado “Smart” das eleições americanas

Novembro 27, 2020 em Atualidade, Concelho, Cultura, Mundo, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Luís Rosa

Poderá o leitor questionar-se como é que as eleições nos Estados Unidos da América (EUA) são um exemplo de Smart City, se formos rigorosos e obedecermos à risca a proporcionalidade, uma Smart Nation. Desde a organização das campanhas dos partidos que vão a sufrágio até ao dia das eleições, podemos encontrar muitos contextos que se encaixam na matriz que compõem as Smart Cities. Para tal evidenciar, muitas peças jornalísticas e trabalhos científicos têm contribuído para compreender como um país da dimensão dos EUA consegue, de uma forma rápida, segura e transparente, nomear um presidente de 4 em 4 anos. Há quem resuma tudo no facto dos americanos levarem muito a sério o funcionamento das instituições, herdado da primeira constituição, mas à luz das conclusões de muitos investigadores, atualmente, já não é só o capital humano que conta, a tecnologia tem cada vez mais protagonismo.



É complicado mencionar todos os cenários que compõem uma Smart Nation dentro da logística necessária para montar todo o processo eleitoral americano. Vou escolher aqueles que mais me chamaram atenção: o impacto das redes sociais e das tecnologias virtuais na campanha eleitoral e as alternativas para exercer o ato de votar. Comecemos pela primeira.

Para compreendermos melhor o impacto das redes sociais e como se tornaram ferramentas úteis aos candidatos a ocupar a Casa Branca, é preciso analisarmos o seu desenvolvimento recente como meio de transmissão de informação às massas sem pôr em causa a legitimidade do discurso político. O primeiro registo foi em 2008 com a eleição de Barack Obama, que o mundo assistiu, pela primeira vez, ao impacto destes meios de comunicação na política e os resultados foram bastante positivos. Com a célebre frase “Yes, we can” e muita campanha através do mundo virtual, o candidato democrata conseguiu alcançar, não só, o eleitor americano, mas grande parcela da população mundial com o seu discurso otimista, jovial, bem humorado e, acima de tudo, próximo da realidade do “cidadão comum”.

Mas se a primeira impressão foi positiva, a influência das redes sociais rapidamente alavancou o surgimento de outro tipo de movimentos. Se no caso de Obama, a tecnologia foi fundamental para levá-lo ao Poder; a Primavera Árabe foi a primeira prova de que a tecnologia também pode ser fundamental para tirar o Poder de alguém. E foi com esse sentimento de retirar poder às elites que surgiu Occupy Wall Street em 2011, um movimento de protesto contra as desigualdades económicas e sociais causadas pelo setor financeiro, responsável pela crise económica mundial de 2007/2008.

Cinco anos depois, em 2016, surgiu Donald Trump, um empresário que, como político, conseguiu agregar, não só, o sentimento de revolta da população com as elites políticas e económicas, mas, principalmente, a espetacularidade mediática e a capacidade publicitária em torno da sua própria figura.

Já no rescaldo das eleições deste ano, a empresa Socialbakers, focada em investigar as tendências nas redes sociais, afirma que estas plataformas desempenham um importante papel na corrida presidencial norte-americana. O relatório destaca que Donald Trump e Joe Biden investiram elevadas quantias de dinheiro para as estratégias nas redes sociais. E indica que 72% dos cidadãos americanos com idade para votar usam, ativamente, as redes sociais, sendo que 69% deles utilizam apenas o Facebook como fonte principal de notícias. Durante a campanha eleitoral, 70% dos utilizadores adultos eram democratas e apenas uma minoria publicava regularmente o seu próprio conteúdo. Podemos achar que não há qualquer novidade nestes dados, mas se puxarmos a fita do tempo para 30 ou 40 anos atrás, concluímos que a tecnologia já não é um meio, mas um fim. Ela, não só, aproximou como acelerou a propagação dos discursos, principalmente, junto do eleitorado mais indeciso, sem que as máquinas de campanha tenham necessidade de evocar os media tradicionais como a CNN, FOX, ABC ou a NBC. Aliás, ironia das ironias, estes canais de comunicação também começaram a utilizar estes novos meios de comunicação para divulgarem as suas peças jornalísticas e os diretos, a velha máxima sempre presente “Se não podes vencê-los, junta-te a eles”. Assim sendo, se em 1992, o tabloide The Sun gabou-se de ter “vencido” as eleições no Reino Unido para o Partido Conservador, que estava em situação delicada na disputa com os trabalhistas, não será que a rede social mais popular do mundo não fez o mesmo no triunfo de Trump em 2016?

Não menos impressionante, são os diferentes tipos de votação disponíveis e a contagem dos votos em tempo recorde. De facto, só uma máquina muito bem oleada é que pode evitar cenários fraudulentos e pôr em causa os resultados numa das democracias mais antigas do mundo. Tudo isto é possível apenas porque, por tradição, o povo americano valoriza as instituições e deposita confiança em quem as lidera. Qualquer falha seria uma ferida no orgulho norte-americano e uma vergonha internacional.

No que toca aos métodos de votação a nação é maioritariamente analógica. Segundo a Fundação Verified Voting, apenas 6 dos 50 estados norte-americanos utilizam sistemas totalmente eletrónicos: Arkansas, Carolina do Sul, Delaware, Geórgia, Louisiana e Nevada. Mas os estados do Colorado, Havaí, Oregon, Utah e Washington realizam toda a sua votação via correio. Curiosidade, devido à pandemia, estima-se que 77% dos 180 milhões de eleitores americanos estejam elegíveis para votar pelo correio. Nos restantes, ainda são utilizados o papel ou sistemas mistos que envolvem o voto no boletim, que é depois validado por um aparelho que regista os votos ou então contados manualmente.

A complexidade da contagem aumenta quando as autoridades de cada estado têm autonomia para definir as regras, desde o horário da votação até o método utilizado para registar os votos, incluindo a definição dos candidatos que aparecem nos boletins de voto. Em 2016, por exemplo, além da democrata Hillary Clinton e do republicano Donald Trump, apenas Gary Johnson, do Partido Libertário, estiveram nos boletins dos 50 estados e na capital dos EUA. Aliás. Foi a primeira vez, desde 1996, que um candidato de um terceiro partido apareceu nos boletins em todo o país.

Porém, vozes como a do Richard L. Hasen não faltam. Este professor de direito na Universidade da Califórnia, no seu livro “Dirty Tricks, Distrust, and the Threat to American Democracy”, sugeriu que os EUA deveriam implementar o registo automático para todos eleitores elegíveis a partir do cartão cidadão que seria também usado para votar. Além disso, especialistas dizem que o país se deveria juntar a outras democracias mais avançadas e adotar, por exemplo, um sistema centralizado para gerir as votações. Por outro lado, especialistas em segurança eleitoral das universidades Harvard e Stanford, além de membros do Think tank Brennan Center for Justice, recomendaram a eliminação gradual da plataforma de votação eletrónica. Tudo isto são sinais de que ainda existe dentro da sociedade americana, alguma desconfiança na segurança e transparência destes sistemas, motivando a resistência à mudança. Contudo, faço o seguinte desabafo, será que o país de origem das principais empresas de tecnologia do mundo, como Google, Apple e Microsoft não é capaz de criar um sistema de votação eletrónico 100% fiável? Esperemos pelas eleições 2024 para ver se existem novidades (tecnológicas)…

Projetos Smart City interessantes para conhecer:

  • No Minho – A Cientista Agricola: projecto focado na agricultura sustentável – A agrónoma Rosa Moreira criou o projeto “A Cientista Agrícola” para falar de agricultura e assuntos relacionados de forma acessível para que todos possam conhecer melhor o setor. Natural da Póvoa de Varzim já conta com vários seguidores nas suas redes sociais, nomeadamente no Instagram ou no Youtube. Deixe-se influenciar e promova uma agricultura mais amiga do ambiente.
  • Em Portugal – Feira do Fumeiro de Montalegre 2021 será totalmente online – A Câmara de Montalegre criou uma plataforma digital que permitirá aos produtores de fumeiro de Montalegre a venda dos seus produtos, e aumentarem os canais de distribuição neste ano marcado pela pandemia de COVID-19. Será uma experiência interessante a migração da tradicional feira para um ambiente virtual.

Fonte da Imagem de destaque: https://www.financebrokerage.com/pt-br/o-resultado-eleitoral-arrisca-a-recuperacao-nos-eua/

Por: Luís Rosa*

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)

Dueto da Academia Rosália Ferreira representa Portugal no All Dance World, em Orlando (EUA)

Julho 4, 2018 em Atualidade, Concelho, Cultura, Mundo Por barcelosnahorabarcelosnahora

A direção do All Dance World contactou a Academia Rosália Ferreira no sentido de informar os seus responsáveis de que uma coreografia apresentada por esta academia barcelense no Festival Norte Dança 2018 tinha sido apurada para representar Portugal na sua competição que acontecerá em Orlando (Flórida), nos Estados Unidos da América (EUA), entre 21 e 25 de novembro deste ano.



A coreografia em questão trata-se de um dueto constituído por Beatriz Silva e Bruna Maia, que competiu para o prémio de “Duetos Estilo Livre” com “Rule the World”, tendo arrecadado o 2º lugar, sendo que não foi atribuído o 1º. Tudo isto aconteceu na 20ª edição do Festival Norte Dança, que decorreu na EXPONOR (Matosinhos), entre 13 e 15 de abril últimos.

All Dance World Orlando 2018 é um evento organizado pela All Dance International (ADI), que se realizará na cidade da Flórida entre 21 e 25 de novembro deste ano. Esta é uma competição que premeia todas as formas de dança e o campeão mundial da ADI do ano. O seu “quartel-general” será o prestigiado Hotel Hilton Orlando Resort. Entre as formas de dança avaliadas estarão o ballet (reportório ou fragmento e criação inédita), o neoclássico, lyrical, dança contemporânea, jazz, teatro musical, tap dance, danças espanholas, danças étnicas, danças latinas, danças árabes, show e hip hop.



Já a Academia Rosália Ferreira – Núcleo Artístico e Cultural de Barcelos tem desenvolvido o seu trabalho como associação desde junho de 2016, baseando-se no trabalho desenvolvido nos últimos 12 anos pela, então, Academia de Dança Rosália Ferreira Unip., Lda, agora extinta.

Rosália Ferreira, diretora técnica e artística da Academia, referiu ao Barcelos na Hora que “foi uma grande surpresa, uma vez que sabíamos que seríamos automaticamente apurados para o All Dance Portugal do próximo mês de outubro, em Gondomar, no Porto, que se trata das eliminatórias para o All Dance World 2019, mas não sabíamos, de todo, da possibilidade de estarmos apurados já este ano para a grande final de 2018”.

Como seria de esperar, neste momento, são várias as sensações e sentimentos que estarão a sentir.  “Estamos imensamente orgulhosos deste resultado e é, sem dúvida, um mix de emoções, entre euforia, orgulho, felicidade, mas também de receio”, salientou. E receio porquê? “Realmente, é sem dúvida um imenso orgulho para nós podermos levar as cores do nosso país e da nossa cidade além-fronteiras, mas também existe uma realidade que, infelizmente, nos assusta, que são os custos”, ressalvou Rosália Ferreira.

Efetivamente, a questão financeira será sempre um aspeto muitíssimo importante a ter em conta pela Academia Rosália Ferreira. Afinal, terão que orçamentar viagens, estadias e demais custos. “Estando, de momento, ainda a fazer o levantamento real dos fundos necessários para este projeto, temos uma noção real do elevado custo que este possa ter e, infelizmente, também a noção real de que a nossa associação, por não usufruir, de momento, de qualquer tipo de apoio, seja por parte do Município ou de qualquer outra entidade pública ou privada, não tem a possibilidade de assegurar os custos para a realização deste sonho”, lamentou esta responsável.

Mas como se tem assistido, a dança em Barcelos tem “dado cartas” e isso deve-se, imenso, aos responsáveis das escolas/academias/estúdios/associações onde esta forma de expressão cultural de exprime e aprende, assim como aos bailarinos, atletas e suas famílias. Todos, em conjunto, têm mostrado uma enorme resiliência, paixão pela dança e recusa em “baixar os braços”. Rosália Ferreira e a sua Academia não são exceção. “Contudo, não vamos ‘baixar os braços’ e tentaremos angariar apoios, patrocinadores e todo o tipo de ajuda para podermos, orgulhosamente, representar o nosso País, a nossa cidade e a nossa Academia nesta grande competição internacional, direi até, intercontinental, que é o All Dance World Orlando 2018”, afirmou convicta.

Fotos: ARF.

 

Colégio La Salle traz coro dos EUA a Barcelos

Março 9, 2018 em Atualidade, Concelho, Cultura, Mundo Por barcelosnahorabarcelosnahora

No próximo dia 14 de março, quarta-feira, pelas 19h00, quem se deslocar à Igreja de Santo André de Barcelinhos poderá assistir à atuação de dois coros, numa organização do Colégio La Salle.



A noite será animada pelo Coro Infantil do La Salle (Barcelos), que tem Rosa Pereira como Diretora, e pelo coro convidado Totino Grace HS Concert Choir, vindo dos Estados Unidos da América e dirigido por Terry Voss e Suzanne Reyburn.

A entrada é gratuita mas como há lotação limitada, quem pretender assistir ao espetáculo deverá dirigir-se à receção do Colégio La Salle para levantar bilhetes.

 

O ano (que não foi) de Donald Trump

Dezembro 31, 2017 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião, Política Por barcelosnahorabarcelosnahora

Raquel dos Santos Fernandes

Nos anos 20, incentivado pelo antissemitismo sofrido pelos judeus na Europa, o desejo de criar um Estado judaico ganhava cada vez mais força. Um forte movimento migratório judaico, alimentado por aspirações sionistas, chegava então ao território otomano da Palestina e logo se iniciou uma onda de resistência entre as comunidades locais. Quando o Império Otomano foi desintegrado, após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações mandatou o Reino Unido para administrar o território que, após a Segunda Guerra Mundial e depois do Holocausto, a 14 de maio de 1948, se tornaria Israel. No dia seguinte, Egito, Jordânia, Síria e Iraque invadiam o país.


Quando o presidente Trump declarou, oficialmente, Jerusalém como capital de Israel, não só pôs em causa décadas de diplomacia dos EUA, como ameaçou desencadear novas agitações no mundo muçulmano. Como em 1948, como em 1967 e como em 1973. Ainda antes da fundação do Estado de Israel, o conflito israelo-palestiniano já se havia tornado num problema regional, mas Trump parece não conhecer bem a dimensão deste conflito. Ou melhor, talvez Trump, por entre o seu véu megalómano, não se conheça a si mesmo.

Esta é a quarta vez que Trump inicia uma grande mudança que coloca a América em desacordo com um consenso internacional significativo. Claro que vários presidentes americanos assumiram posições que desafiaram o consenso global, mas a diferença é que estes sempre se aliaram a outras grandes potências antes de atuarem e, como resultado, a América foi capaz de liderar, criar impulso e alterar o comportamento internacional. Trump, ao contrário, atuou, sem antes criar essas alianças e o resultado foi a inexistência de uma medida persuasiva que tornasse, novamente, a América grande.

Não surpreendentemente, ninguém o seguiu e nada mudou. As palavras de Washington foram ignoradas, os EUA seguem sozinhos e outros Estados vão tomando as rédeas da liderança global: a China no Pacífico, a Rússia no Oriente Médio e o acordo de Paris decorre de acordo com o previsto, com todos os Estados, à exceção dos EUA, a assumirem uma política ambiental sustentável.

Trump, simplesmente, não foi levado a sério e a América é cada vez mais um alvo de ridicularização do que de admiração.

Muitos outros acontecimentos políticos marcaram o ano de 2017. Poderia ter-me debruçado sobre qualquer um deles, mas parece-me que terminar 2017 com a intuição que este não foi o ano de Donald Trump, poderá ser um bom prognóstico para 2018!

Por: Raquel dos Santos Fernandes*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

Pré-venda do iPhone X esgotada, alta procura ou baixa produção?

Outubro 29, 2017 em Atualidade, Concelho, Cultura, Mundo Por barcelosnahorabarcelosnahora

Diogo Sendim Lourenço

A pré-venda do iPhone X acabou de começar e…bem, se estás a ler isto,  fica a saber que já é tarde demais para tentar reservar o teu iPhone X há algum tempo – pelo menos para o lançamento.



Isto porque, embora a pré-venda ainda esteja aberta para o público em 55 países diferentes, aqueles que tentarem conseguir uma unidade do dispositivo terão que esperar para depois de 3 de novembro — ou seja, para depois do lançamento do smartphone em si. Obviamente, a Apple nunca iria revelar quantas unidades estavam disponíveis, mas o prazo para a entrega já deixa claro que as unidades em stock para o lançamento foram esgotadas.

Para piorar, o tempo de espera previsto já atingiu números absurdos: em apenas duas horas depois da pré-venda começar, o prazo para a chegada dos aparelhos foi para 5 a 6 semanas, nos EUA, segundo o BGR. E parece que o mesmo está a acontecer no resto do mundo.

Alta expectativa, baixa disponibilidade!

Se isso se deve à enorme expectativa do público para o poderoso e inovador aparelho? Certamente – afinal, como muitos esperavam pelas fracas vendas do iPhone 8, o público preferiu esperar algumas semanas para ter acesso ao modelo mais poderoso. Tudo isto, no entanto, reforça os rumores dos problemas de produção do iPhone X, que resultou numa disponibilidade de poucas unidades nas primeiras semanas do smartphone nas lojas.

A boa notícia, por fim, é que a Apple pelo menos garantiu que todas as suas lojas terão unidades do iPhone X em stock no dia 3 de novembro. Mas também recomenda que os interessados cheguem cedo às lojas para conseguirem adquirir o dispositivo – o que indica uma disponibilidade um tanto limitada.

Por: Diogo Sendim Lourenço*.

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do/a autor/a)

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