Pouco importa, queremos é levar a taça


Foi com toda a naturalidade que o Porto foi ao estádio Alfredo da Silva derrotar o Fabril em jogo a contar para a Taça de Portugal. O típico jogo onde a equipa grande não tem nada a ganhar, é esperado que vença com facilidade…qualquer resultado que não fosse este seria uma enorme tragédia.
A verdade é que o Fabril conseguiu aguentar praticamente toda a primeira parte com a sua baliza inviolada, o Porto conseguiu criar um par de situações de perigo, mas a bola acabava por nunca entrar. Foi mesmo preciso um momento de magia para abrir o marcador, Otávio faz um cruzamento milimétrico, ao qual Toni Martínez, com um excelente pontapé acrobático, responde da melhor maneira, colocando a bola no fundo das redes do adversário. Estávamos, precisamente, no apito final da primeira parte.
Ao abrir a segunda, por volta do minuto 51’, Taremi faz o 2-0, que viria a ser o resultado da partida. Que belo jogo para complicar a vida a Sérgio Conceição, os dois avançados que, ultimamente, estão a “gritar” pela titularidade, conseguem faturar.
Comparando os plantéis e, até, avaliando os campeonatos em que estas duas equipas se inserem, talvez se esperasse um resultado mais dilatado, a verdade é que o Porto não fez muito por isso. Tal como temos visto em jogos anteriores, o Porto de Sérgio Conceição dá primazia à segurança defensiva ao invés do ataque “massivo”. São opções e, sinceramente, como adepto de futebol, preferia ver sempre um jogo aberto onde o extremo vai para cima do defesa, mas como adepto do Porto prefiro assim. Na procura pelo terceiro golo, o Porto poderia permitir ao Fabril marcar e ficar, assim, na discussão pelo resultado, mas como tal não aconteceu, o meu coração agradece.
É neste ponto de opinião que transito para a minha avaliação sobre o jogo da Champions contra o Marselha. Mais uma vitória! Já vamos com 9 pontos, creio que está praticamente fechada a qualificação, resta um empate.

Ainda há adeptos que esperavam ver Taremi na frente de ataque, junto a Marega. Esqueçam isso! O Sérgio já vos demonstrou que não é assim, nem será(!), a menos que entremos para um jogo em que é obrigatório marcar e arriscar. Mais um jogo do Porto em que não fomos brilhantes ofensivamente (que não é um requisito para ganhar partidas, como temos visto), mas fomos exímios defensivamente, faltando Pepe, atenção!
Cuidado com Sérgio Oliveira, que momento de forma, mais um golo! O primeiro da partida foi apontado por Zaidu, que também já merecia um golo, e então S. Oliveira, de penálti, fechou o resultado em 2-0.
A prova da solidez deste Porto está nestes dois resultados, em competições tão diferentes! Ganha, marcando dois golos e não sofrendo nenhum. Uma equipa atua nos campeonatos inferiores de Portugal, a outra está em primeiro lugar da liga francesa (nota: se ganhar os jogos que tem em atraso). A crítica fácil aponta para um Porto em serviços mínimos, mas é muito mais que isso, é um Porto competente!
Estou a gostar deste Porto, uma equipa de futebol é mesmo assim, constrói-se de trás para a frente e sinto que atrás está tudo muito seguro, o que permite à parte ofensiva ser mais “desleixada”. Neste momento, marcando um golo no jogo, o Porto praticamente ganha a partida, porque a sua solidez defensiva está a um nível altíssimo. E muita atenção à avaliação que fazemos da solidez defensiva, porque eu ainda me lembro do jogo de Paços e do Marítimo, mas em situações em que estamos em desvantagem tudo muda de figura. Avalio quando estamos 0-0, ou com vantagem na partida. Agora, se o adversário vai lá uma vez, num canto por exemplo, e marca…porque já aconteceu, a partir daqui o Porto tem de tentar procurar o seu golo e, por norma, expõe-se mais, como todas as equipas nestes tipos de situações.
Termino com a difícil vitória nos Açores, que acaba por ser um carimbo de “veracidade” sobre tudo o que relatei anteriormente. Uma equipa que sente dificuldade em criar ofensivamente, mas é muito segura defensivamente. Um jogo tradicionalmente muito difícil, ao qual acrescia a falta de descanso do plantel. Um bonito golo acrobático de Luis Díaz acabou por resolver o jogo. Um jogo completamente cinzento de ambas as equipas, onde só o resultado interessava. Mais três pontos. Estamos na luta!
Finalmente, Taremi foi titular na equipa azul e branca, mas…passou ao lado do jogo.
Um bem-haja a todos os amantes do desporto,
aos Barcelenses e outros possíveis leitores por este mundo fora.
Viva o F.C. Porto! Viva o F.C. Porto!
Por: João Dias*.
(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)