Nutrição na preconceção e na gravidez


Como sabem, a gravidez é um período de grande mudança no corpo da mulher, é um período que exige muitos cuidados e, como tal, uma boa alimentação será determinante para a boa saúde do bebé e da mãe.
Na preconceção é importante avaliar na mulher itens como a idade, os hábitos alimentares, o estilo de vida, o peso (para avaliar se há risco de um prognóstico desfavorável da gravidez e para determinar o ganho de peso recomendado, direcionando a intervenção nutricional), o consumo de tabaco, álcool ou drogas ilícitas e a existência de patologias.
A obesidade na preconceção pode causar malformações congénitas no bebé, devido ao maior risco de defeitos do tubo neural. Portanto, é muito importante a mulher possuir um bom estado nutricional antes da gravidez. Caso haja obesidade na preconceção é importante o controlo de peso durante a gravidez (alimentação e atividade física ligeira diária).
O período da gravidez exige uma alimentação completa, equilibrada e variada, adaptada às necessidades da mulher e à fase de gestação na qual se encontra. O mito da necessidade de comer por dois deve ser excluído. As necessidades nutricionais aumentam, a grávida deve comer bem em quantidade, mas muito melhor em qualidade, pois uma alimentação equilibrada assegura à mãe que as necessidades nutricionais e energéticas necessárias ao normal desenvolvimento do bebé são supridas. O aumento da ingestão calórica face ao valor indicado para a mesma pessoa não estando grávida, é de cerca de 300 a 330 kcal no segundo trimestre e cerca de 450 kcal no 3º trimestre, mas estes valores devem ser sempre ajustados de forma individual. Um maior aporte calórico vai refletir-se no aumento do peso da grávida que, por consequência, poderá condicionar o aparecimento de complicações no parto e na saúde futura do bebé. Já uma boa ingestão de água é fundamental para o aumento do volume sanguíneo.
A nível do ácido fólico, durante a gravidez, as suas necessidades aumentam. Recomenda-se a todas as grávidas a suplementação desta vitamina, que deve ser iniciada 2 meses antes da conceção até ao final do primeiro trimestre. É recomendado o consumo de alimentos ricos em ácido fólico, como o agrião, a beterraba, a couve lombarda, os espargos, a salsa, o arroz integral, o pão de mistura, o grão-de-bico, o feijão-frade e o feijão vermelho.
A nível do iodo, recomenda-se uma suplementação diária de 150 a 200 µg, devendo esta ser iniciada antes de engravidar e mantida durante a gravidez e a amamentação. O iodo é um micronutriente essencial utilizado pela tiroide para a produção de hormonas tiroideias. Durante a gravidez, estas hormonas são essenciais para o normal desenvolvimento cerebral do bebé.
O ferro é um nutriente essencial para o crescimento e metabolismo do bebé. Durante a gravidez, as necessidades de ferro aumentam, havendo, muitas vezes, necessidade de suplementação. Alguns alimentos ricos em ferro são o ovo, a sardinha, os legumes de folha verde, algumas frutas e as nozes.

Fazer uma alimentação saudável e equilibrada durante a gravidez leva a um maior bem-estar físico e psicológico, e consequentemente, uma melhor saúde da mãe e do bebé. O pequeno-almoço deve ser sempre realizado e são aconselháveis 5 a 7 refeições por dia. Uma boa alimentação está associada à diminuição de complicações intraparto e de muitas doenças na vida futura da criança e da mãe. Também a prática de atividade física moderada, de cerca de 30 minutos por dia, deve ser incentivada durante a gravidez para uma manutenção do peso adequado.
Por: Sara Barbosa*.
Foto: DR.
(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)