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Insolvência

Sindicato diz que insolvência da Coelima “é um caso de polícia”

Maio 31, 2021 em Atualidade, Economia, Minho Por barcelosnahorabarcelosnahora

O coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, afirmou hoje que a insolvência da Coelima, em Guimarães, é “um caso de polícia que merece uma investigação criminal”.

Num plenário de trabalhadores à porta daquela empresa têxtil de Guimarães, no distrito de Braga, Francisco Vieira disse também que o pedido de insolvência fazia parte do plano para “matar” a Coelima.

“Isto é um caso de polícia, que merece uma investigação criminal”, referiu o sindicalista, aludindo à administração dos últimos 10 anos, “sempre a somar prejuízos”.

Para Francisco Vieira, trabalhador da Coelima desde 1968, a última administração entrou com o “objetivo claro de matar a empresa”, tendo a apresentação à insolvência sido o último ato desse plano.

“A decisão de apresentar à insolvência só tinha uma finalidade: matar a empresa”, referiu Francisco Vieira, trabalhador daquela empresa desde 1968.

A Coelima, que completa no próximo ano 100 anos, tem mais de 250 trabalhadores e foi apresentada a insolvência em abril.

Na quarta-feira, a administração disse que não vai apresentar um plano com vista à recuperação da empresa, após o que apareceu um consórcio com sede em Guimarães que apresentou, na sexta-feira, uma proposta de compra da Coelima, colocando como condição, entre outros pontos, a manutenção dos postos de trabalho, bem como a assunção dos direitos e antiguidade dos trabalhadores.

A proposta deu entrada no Tribunal de Comércio de Guimarães, no distrito de Braga.

“Se não tivesse surgido esta proposta, hoje era o último dia da Coelima. Estava tudo planeado para isso, as certidões de óbito [papéis para o desemprego] já estavam elaboradas”, sublinhou Francisco Vieira.

Afirmando que tudo será feito para garantir a continuidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho, o sindicalista disse que a Coelima tem bens avaliados em 15 milhões de euros, além de um “património sem preço”, constituído pelo saber e pela experiência dos trabalhadores.

Por isso, manifestou-se “muito esperançado” na proposta de compra já apresentada, ao mesmo tempo que apelou a que outros investidores possam aparecer.

Entretanto, assegurou, os trabalhadores vão continuar a ocupar os seus postos de trabalho.

Segundo Francisco Vieira, está já agendada, para sexta-feira, uma reunião no Ministério da Economia, para pedir a intervenção do Governo na resolução do problema.

“O Estado pode ajudar, e muito, através da Caixa Geral de Depósitos, que é um dos maiores credores”, referiu.

No plenário, marcou também presença a coordenadora da CGTP, Isabel Camarinha, que apelou à união dos trabalhadores e que garantiu o recurso a “todas as instâncias” para resolver o problema da empresa e a manutenção dos postos de trabalho.

“A empresa está a querer aproveitar-se da pandemia, mas nós não aceitamos isto”, referiu, admitindo que a via judicial pode ser um dos caminhos.

O anúncio da sentença de declaração de insolvência foi publicado em 22 de abril, com a empresa a apresentar um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020.

Constituída em 1922 e uma das maiores produtoras de roupa de cama, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

Fonte: Lusa

Foto: @itfeelslikefilm|unsplash

Coelima com um passivo de perto de 30ME e cerca de 250 credores

Abril 22, 2021 em Atualidade, Economia, Minho Por barcelosnahorabarcelosnahora

A Coelima – Industria Têxteis tinha um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores no final de 2020, segundo o pedido de insolvência entregue no Tribunal de Comércio de Guimarães, distrito de Braga.

De acordo com a Petição Inicial (PI), datada de 14 de abril e a que a agência Lusa teve acesso, a empresa têxtil, com 253 trabalhadores, declarou estar “numa situação de insolvência iminente, antecipando que a breve trecho se encontrará impossibilitada de cumprir com as suas obrigações nas respetivas datas de vencimento”.

Segundo o relatório e contas, em 31 de dezembro de 2020, a Coelima tinha um ativo contabilístico na ordem dos 31,1 milhões de euros e um passivo superior a 29,5 milhões de euros, “sendo detido por aproximadamente por 250 credores (a esmagadora maioria fornecedores da Coelima)”, refere a PI, acrescentando que a Coelima não tem dívidas à Autoridade Tributária nem salários em atraso.

Entre os credores, “existem dois particularmente expressivos”: a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Fundo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (FACCE), que, no conjunto,“representam aproximadamente 80% do total do passivo extra grupo da Coelima, por referência a 31 de dezembro de 2020”.

O banco detém 42% do passivo, mais de 8,5 milhões de euros, enquanto o FACCE representa 38% do passivo, mais de 7,8 milhões de euros.

“As dificuldades em que se encontra a Coelima residem, essencialmente, na insuficiência de fluxos operacionais gerados para fazer face ao passivo corrente da sociedade, em face da incerteza global que emergiu com o alastramento da crise pandémica e das consequentes restrições na atividade comercial dos principais mercados onde a Coelima e os seus clientes operam”, diz a Petição Inicial.

Há cerca de uma semana a Coelima anunciou que pediu a insolvência, na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito covid-19”.

A empresa, constituída em 1922, e “uma das maiores produtoras de roupa de cama”, que produz essencialmente para exportação para os mercados europeus e norte-americano, manifestou interesse “em que a administração da massa insolvente” seja por si assegurada.

“Não obstante a situação de insolvência iminente da requerente, a equipa de gestão da Coelima entende que a empresa é viável e que o recente surto pandémico, não deixando de ter um impacto na forma como tem vindo a ser conduzida a sua atividade, oferece oportunidades consideráveis às diferentes empresas que operam no setor têxtil”, sustenta a empresa.

Nesse sentido, a Coelima assumiu o compromisso perante o Tribunal de Comércio de Guimarães de, “no prazo de 30 dias após a sentença que decrete” a sua insolvência, apresentar “um plano de insolvência que preveja a continuidade da exploração da empresa pela Coelima”.

Na Petição Inicial a Coelima propõe ao tribunal que nomeie Pedro Pidwell como administrador de insolvência, uma vez que, após “uma pesquisa”, o seu nome surgiu como “uma referência sólida e consensual” e com o “perfil adequado” para desempenhar as funções de administrador de insolvência neste processo.

Ainda não houve decisão Tribunal de Comércio de Guimarães sobre o pedido de insolvência.

A Coelima integra o grupo MoreTextile, – que é um dos cinco maiores credores – e resultou da fusão, em 2011, com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

A empresa opera na zona Norte do país, no Vale do Ave, concentrando o essencial da sua atividade no polo industrial de Pevidém, em Guimarães.

Fonte: Lusa

Foto: @micheile|unsplash

Têxtil Coelima pede insolvência após quebra de 60% nas vendas devido à pandemia

Abril 15, 2021 em Atualidade, Economia, Emprego, Minho Por barcelosnahorabarcelosnahora

A Coelima apresentou-se ontem à insolvência, na sequência da quebra de vendas “superior a 60%” provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas de crédito covid-19, disse explicou a mesma fonte.

Com cerca de 250 trabalhadores, a têxtil de Guimarães integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.

De acordo com a fonte oficial da têxtil, após “todos os esforços realizados, a empresa decidiu apresentar-se à insolvência de forma a minimizar os impactos nos vários ‘stakeholders’, nomeadamente dos colaboradores, que apesar da situação têm todos os salários em dia”.

Os funcionários da Coelima, estão “preocupados mas serenos” e vão continuar “empenhados e a produzir”, disse à Lusa um representante sindical, adiantando que na segunda-feira vão começar os plenários de trabalhadores.

O presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, afirmou que os trabalhadores não têm prevista qualquer ação de protesto contra o pedido de insolvência que foi hoje apresentado pela administração, mas “não descartam nenhuma possibilidade”.

Para já, frisou Francisco Vieira, os trabalhadores da Coelima estão “preocupados mas serenos” e vão continuar “empenhados e a produzir” para não serem acusados de serem os “responsáveis se alguma coisa correr mal”.

“Na segunda-feira vamos partir para a realização de plenários para informar e envolver todos os trabalhadores. Se for necessário sair à rua, temos uma enorme experiência nessa frente e não está descartada nenhuma possibilidade. Mas espero que não seja necessário”, frisou o presidente do sindicato.

Francisco Vieira, que é também trabalhador da empresa, confirmou ainda que “neste momento não há dívidas” aos trabalhadores, pelo que mantêm a esperança de que seja encontrada uma solução para a empresa têxtil que opera em Pevidém, na freguesia de São Jorge de Selho (concelho de Guimarães), “há quase 100 anos”.

O pedido de insolvência “deu entrada” no tribunal, que tem agora “três dias úteis, a partir de amanhã”, para proferir uma decisão, que o dirigente sindical acredita que será a de nomear um administrador de insolvência.

“Espero que termine tudo em bem. Tal como no passado, hoje e sempre estaremos na linha da frente da continuidade da empresa e dos postos de trabalho. Desde que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, nomeadamente o emprego, os direitos, o tempo de permanência na empresa, não haverá nenhum ruído”, disse Francisco Vieira.

O sindicalista referiu ainda que a notícia do pedido de insolvência da Coelima “caiu que nem uma bomba”, apesar de os funcionários estarem “atentos” e verem “com muito maus olhos” a evolução da empresa desde que o Conselho de Administração foi substituído, em 09 de março.

Segundo Francisco Vieira, as outras empresas do setor na região estavam já “cheias de trabalho”, enquanto a Coelima “ainda estava a recorrer às medidas de apoio à retoma”.

O dirigente sindical disse ter aproveitado a reunião de ontem para questionar o Conselho de Administração da Coelima sobre os motivos da falta de trabalho, ao que lhe terá sido dito que “a empresa está com falta de liquidez e não tem tesouraria” para cumprir os contratos.

Fonte oficial da têxtil disse hoje à Lusa que procurou diferentes alternativas para prosseguir a atividade, salientando, entre as várias ações promovidas, as candidaturas apresentadas às várias linhas de crédito covid-19, mas que até à data não foram aprovadas.

Depois da restruturação realizada ao longo dos últimos anos, a Coelima esteve perto de ser alienada em março do ano passado, mas a operação acabou por não avançar, num contexto de incerteza gerada com a pandemia.

Fonte: LUSA

A lei tem de ser para todos

Abril 3, 2021 em Atualidade, Concelho, Mundo, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora

 Antes de mais, caríssimo leitor, deixe-me que lhe diga que é para mim uma honra, que possa ler estas minhas palavras.

Ainda ontem comentava que todos são iguais perante a Lei. Assim, pelo menos, deveria ser.

Na prática, bem sabemos que as excepções existem.

Hoje falo-vos sobre dívidas, sobre activo e passivo e sobre insolvências, também conhecidas por falências (como já foi denominado pela legislação portuguesa). Talvez por ser um termo muito duro, o legislador evoluiu e, passou a chamar-lhe insolvência, um nome mais simpático, para uma realidade nada agradável.

Um instituto legal que deveria ser excepcional, mas que infelizmente, devido à instabilidade económica que atravessamos, é mais comum do que seria desejável. Quando as dívidas são muito superiores ao activo, e quando não exista alternativa, ou seja, que se encontrem esgotados os meios amigáveis de negociação com os credores, os cidadãos e as pessoas colectivas podem apresentar-se à insolvência.

A declaração de insolvência é requerida em Tribunal e necessita de estar acompanhado de Advogado. Trata-se de um processo complexo, em que os devedores acabam por ficar privados de gerir o seu património, sendo nomeado um Administrador de Insolvência que ficará responsável por essa mesma gestão.

Os seus bens serão apreendidos e vendidos para que o resultado dessas vendas possam servir para pagar aos credores. Aos devedores é dada a possibilidade de, passados uns anos, especificamente cinco, poderem recomeçar do zero, mas para tal é necessário que inicialmente seja feito um requerimento de exoneração do passivo restante, caso contrário, não beneficiará desse “fresh restart”.

Claro que, dívidas ao Fisco e à Segurança Social não se incluem neste perdão.

O Estado só perdoa quem quer. E, a Lei que deveria ser aplicada e cumprida por todos, para alguns não é… como por exemplo para aqueles que têm bancos, aviões, e barragens. Mas isso, meu caro leitor, são outros quinhentos.

Por: Márcia Henriques* (Advogada e Vice-Presidente do RIR)

(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade da autora)

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