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Luis Rosa

A Geração Liberal

Fevereiro 9, 2022 em Atualidade, Concelho, Opinião, Política Por barcelosnahorabarcelosnahora

Após duas semanas frenéticas de campanha, na hora da decisão, ganhou o Partido Socialista (PS). Ao contrário de algumas correntes políticas que têm assento parlamentar, eu não coloco em causa a legitimidade da eleição socialista. Como liberal, como democrata, tenho que aceitar a soberania do povo. O povo escolheu continuar no caminho da estagnação? Que assim seja!

Embora aceite o resultado, não significa que aceite a escolha. Como é óbvio não virão tempos de mudança de rumo ou estratégia. As reformas tão badaladas e prometidas por António Costa durante a campanha nunca irão acontecer. Um partido tão entranhado na máquina do Estado, com tantos vícios e casos de nepotismo, ele próprio será inevitavelmente a pedra na engrenagem duma possível reformulação dos organismos do Estado, ou da eficiência do mesmo, sem que isso implique mais dinheiro dos contribuintes. Ou seja, para qualquer intenção em reformar as múltiplas áreas do Estado, o PS será sempre o problema, não a solução…

Nem tudo foram más notícias, a noite eleitoral trouxe sinais de mudança! Se na antevéspera das eleições as sondagens davam a possibilidade da Iniciativa Liberal (IL) se tornar na terceira força política a nível nacional, um dos indicadores era por si só uma vitória: os jovens eleitores são a base de apoio! Há claramente uma mudança de mentalidade e do perfil do eleitor, falamos, portanto, da Geração Liberal.

Esta geração nasceu na era das novas tecnologias, é altamente qualificada, desprendida de ideias pré-concebidas, quer conquistar o mundo e, consequentemente, tem um contacto precoce com países (mais) liberais. Esta bagagem intelectual tem impacto na hora de decidir. Já entenderam que há uma opção política para além daquela a que nos fomos habituando ao longo dos últimos 48 anos de democracia. A política não tem que viver sobre uma alternância com pó, mas tem que ter alternativa. E ela, felizmente, existe: Iniciativa Liberal.

Os números já anteviam a intenção de voto. Já na ótica do eleitor indeciso, as ideias liberais despertavam interesse. Vale a pena recordar os últimos sete dias de campanha – entre 19 e 26 de janeiro -, e comparar com a semana anterior, através da ferramenta Google Trends, para conhecer a distribuição de interesse em cada partido político de acordo com as pesquisas dos portugueses no motor de busca Google [1]. A IL ganha com 26%. Os partidos da alternância (PS/PSD) só surgem na segunda e terceira posições e o somatório de ambos não nos ultrapassa: o PSD corresponde a 11% do interesse gerado pelos utilizadores do motor de busca e o PS a 10%. Além disso, segundo os dados do jornal “Público”, os liberais tiveram mais votos entre a população mais qualificada e com maior poder de compra. Esta afirmação é sustentada pelos dados fornecidos pelo portal EyeData, disponível no site da Lusa [2].

Desta forma, ao contrário que a comunicação social tinha ventilado durante as semanas pré-campanha e na campanha, a IL não só agrega os jovens portugueses, mas também a população ativa. A isto deve-se às próprias ações do partido, com novas formas de fazer política (mais proximidade, eventos informais abertos à sociedade civil, etc.…), mostrando-se um partido aberto, plural e transversal à sociedade. No fundo, a vitalidade e a energia que se vive entre os liberais é inquestionável, abre portas a um crescimento sustentável, reunindo no seu seio mais homens e mulheres que não se conformam e que querem mudar o rumo do País. Bem-vindos à Geração Liberal!

CURIOSIDADE: Deixo aqui alguns dados elucidativos como a IL tem cativado a população Barcelense.

E tu, do que esperas? Entra nesta onda liberal! Sabe mais em: https://www.liberal.pt/adere

Referências

[1] https://www.dinheirovivo.pt/geral/iniciativa-liberal-e-o-partido-que-gerou-mais-pesquisas-no-google-na-ultima-semana-ps-e-psd-muito-abaixo-14529996.html

[2] https://socialdatalab.pt/Projectos/eyedata/

0,25% para a Cultura, 99,75% para a vergonha!

Outubro 15, 2021 em Atualidade, Concelho, Economia, Opinião Por barcelosnahorabarcelosnahora
Luís Rosa

Escrevo este artigo numa semana em que se discute um orçamento de estado que injetará, como é habitual, uns quantos milhões de euros numa companhia aérea falida, o engordamento da função pública quando devíamos transitar/caminhar para uma função mais digitalizada ou uma putativa crise política. Se por um lado, Rui Rio tenta ter mais vidas que um gato e ganhar credibilidade junto do seu partido, o Partido Socialista vê-se de mãos atadas com um possível chumbo do orçamento de estado sem que consiga margem negocial com os seus ex-parceiros da esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português). Como é hábito em Portugal, os ruídos das incertezas políticas imperam sempre e, alavancados por uma comunicação social que vive dos temas da espuma dos dias, tendem a silenciar diversos setores da sociedade. Assim sendo, na hora de dividir o bolo financeiro que ronda mais ou menos os 90 mil milhões de euros anuais a Cultura teima em ser regalada para segundo plano.

Se há algo que a pandemia nos mostrou é que somos definitivamente a espécie mais frágil do planeta, por outro lado, a que melhor sabe reinventar a roda. Tal como para muitos portugueses, confesso que os confinamentos foram muitos difíceis para mim. No entanto, tornaram-se tempos menos penosos e angustiantes pois nunca deixei de ter acesso à Cultura, desde os diretos do Bruno Nogueira no Instagram, a série portuguesa “A Herdade”, na RTP, passando pela formação de um grupo de apoio online chamado “Barcelos em Casa” (com a contribuição de vários artistas barcelenses) até à criação de um podcast “Dois dedos de conversa” [link: https://linktr.ee/blogalgumasideiassoltasponto] em que tive a oportunidade de falar com diversos agentes culturais. Foram vários os momentos em que a Cultura foi a minha “liberdade” e a única vacina contra tudo o que se passava lá fora.

Por estes dias soubemos que a Cultura representará 0,25% da despesa consolidada da Administração Central. Sejamos honestos intelectualmente, tanto a esquerda como a direita moderada nunca tiveram um projeto cultural a nível nacional. A discussão é antiga e é a iniciativa privada, no fim de tudo, é que se chega à frente para a produção e exibição de obras teatrais e cinematográficas. O problema começa quando o estado se aliena da sua responsabilidade pela área da Cultura. Na minha opinião, a Cultura não é o meio, mas sim o fim, alicerçada por um pilar essencial: a Educação. Imaginam o estado alienar-se da Educação em prol da salvação de uma TAP ou na contratação de mais funcionários públicos que são nada mais nada menos que sinónimo de burocracia? Se hipoteticamente acontecesse, imaginam como era a sociedade portuguesa? Além disso, se é inquestionável uma criança, jovem ou adulto ter acesso à Educação, por que razão dispensamos a Cultura? Não menos inquietante, se o orçamento de 7,8 mil milhões para a Educação — uma subida de 8,5% — com políticas para recuperar o tempo perdido com a Covid é tão louvável, como se justifica a ninharia alocada para a Cultura? Ela não teve um papel relevante na saúde mental das pessoas durante a pandemia?

Todos sabemos que tão cedo não vamos ter respostas. Algumas irão, como sempre, cair no esquecimento pelos agentes políticos. Pois não há tempo, o tempo é para a disputa do poder. Não há dinheiro, o dinheiro é para se gastar em empresas falidas e burocratizar a vida dos portugueses. Não há vontade, a vontade foi substituída pela ignorância. Não há mais do que 0,25% para a Cultura, pois o resto é para a vergonha.

Por: Luís Rosa

Foto:@mathieustern

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