Há vitórias que custam caro, outras que saem com descontos!


Olá, Leitores do BnH!
Antes de começar com a crónica, queria dizer que esta será a minha última.
Por motivos de ordem profissional, não poderei continuar com este espaço em que, nos últimos cerca de 4 anos, dei a minha opinião, sem qualquer tipo de receio, até porque a honestidade e frontalidade são valores que estimo e não consigo ser de outra forma.
Se fui agradável?…Talvez não! Se fui verdadeiro?…Totalmente.
Dois golos, uma assistência, 3-1 no arranque da defesa do título diante de um dos adversários mais cotados da Liga. Se Telles vai embora, só haveria melhor forma de despedir-se do Dragão se houvesse público nas bancadas a prestar-lhe a homenagem que merece.
Mesmo sem arrasar, o FCP mostrou segurança, consistência e maturidade para virar um resultado adverso, segurar o ímpeto adversário e sentenciar o jogo nos minutos finais.
Antes da bonança azul e branca, o temporal vindo do Minho!
Chuva, vento, frio…Tudo isto a juntar a uma pandemia que deixa o mundo em alerta e os estádios vazios. Seria difícil encontrar um cenário mais deprimente para aquilo que devia ser uma noite de festa, como são quase todos os arranques do campeonato.
A vibração deu lugar ao eco, mas nem por isso, a emoção deixa de se sentir, mesmo que remotamente.
Esta noite, os raios e coriscos começaram cedo para o campeão nacional, que, aos 20 minutos, começou a perder com uma «traição» de Castro, que nem festejou o seu regresso ao futebol português, sete anos depois, devido ao seu amor pelo FCP.
O que aconteceu antes disso, foi domínio portista. O que aconteceu depois, até ao intervalo, também. Com um pequeno interregno para o quase 2-0 bracarense, com um golo anulado a Ruiz, mal a bola foi ao centro, momentos depois de inaugurado o marcador.
Até que o campeão acordou antes do intervalo, dedicado a suprir a falta de eficácia antes de ouvir Conceição no balneário.
Aí, apareceu Telles, decidido a deixar saudades. Primeiro, num cruzamento a colocar a bola, «com a mão», na cabeça de Sérgio Oliveira; depois, a cobrar um penálti «à bomba», depois de Marega ter cumprido o seu papel de «cântaro que vai à fonte».
Conceição, sem o castigado Díaz e mais uma série de não inscritos, apostou nos rotinados e não apresentou reforços de início. O técnico portista escolheu um 4-3-3 para encaixar no 3-5-2 bracarense e manteve-o do início ao fim.
O Sp. Braga entrou na segunda parte afoito e só não empatou porque Ricardo Horta ficou deslumbrado na cara de Marchesín.
Conceição atrasava as substituições, mantendo, até ao limite, o 4-3-3 que lhe garantia um controlo maior do jogo. Até aos 5 minutos finais, fez apenas entrar Zaidu para o lugar de Sérgio Oliveira, já amarelado, puxando Otávio da ala para o meio. E quando Loum entrou com Taremi, aos 85m, o FC Porto não mexeu na estrutura – por exemplo, Corona saiu, mas Marega foi puxado para a direita.
Lá na frente, ficou Taremi ao meio, que, pela primeira vez que tocou na bola, sofreu o penálti com que Telles haveria de bisar e acabar com as dúvidas no resultado.
Uma bola nos pés do iraniano bastou para lhe perceber o critério e inteligência com que se move, obrigando o seu marcador direto a errar. Dos reforços, também Zaidu mostrou, sobre a esquerda, a sua «velocidade furiosa».

Tudo sob controlo, mesmo perante um Sp. Braga que, a espaços, mostrou qualidade e profundidade nas opções do plantel para manter os nossos Dragões em sentido quase até final.
Arrasar, não arrasou. Mas este FC Porto fez algo que o seu treinador gosta ainda mais: mostrou maturidade para vencer um dos jogos teoricamente mais difíceis deste arranque de Liga.
Há vitórias que custam caro, outras que saem com descontos!
Boa sorte para o FCP no Campeonato e Liga dos Campeões e que LFV esteja inocente…para bem de todos!
Desculpem qualquer coisinha!
Protejam-se e sejam felizes…sempre!
Por: Vítor Sá Pereira*.
[Nota do Diretor: Caro Vítor, é com emoção que escrevo estas poucas linhas para te dizer que és um dos que “fundou” este Jornal, que também é teu. Estás connosco desde o início, desde que iniciámos os espaços de opinião clubística! Farás sempre parte desta “família”. Já dizia Luís Vaz de Camões: “Que outro valor mais alto se alevanta». Mas ficarás sempre no nosso pensamento e julgo que o FC Porto e os portistas te agradecem pela defesa das suas cores ao longo destes últimos anos! Estamos-te – Barcelos na Hora – muito gratos, grande Vítor Sá Pereira!!]
(* A redação do artigo de opinião é única e exclusivamente da responsabilidade do autor)